Pedro Santos Guerreiro
Não me apetece escrever uma crónica do jogo de ontem entre o Sporting e o Arouca porque nunca aqui escrevo sobre jogos – há quem o faça neste jornal com outro garbo e mérito. Mas se fosse de escrever crónicas de jogos, não me apeteceria escrever sobre este. Não houve muito sobre o que escrever. Esta Taça CTT nunca é coisa de grandes entusiasmos. Nem aqui nem no estádio. Nem fora do campo nem dentro dele.
A maioria dos jogos desta taça são aborrecidos porque as próprias equipas não a levam muito a peito, quanto mais no coração. Rodam jogadores, cansam-se pouco e parecem querer passar o tempo. Ontem assim foi de novo. Em vez de ser o árbitro a olhar para o relógio, éramos nós todos. À espera que aquilo acabasse. O mesmo parecem pensar os próprios jogadores.
Os únicos jogos quentes, e que mesmo assim não chegam a ser escaldantes, são os que se realizam entre os ‘três grandes’. A própria organização da Taça mudou este ano para precipitar mais ‘clássicos’, mas nos anos anteriores até esses pareceram ‘imitações de clássicos’.
Nada contra. Nada a favor. Nada de nada. Apenas uma maçadoria. Receio bem que um ano destes a Taça CTT perca por falta de comparência. Ou dos jogadores principais das equipas, ou mesmo dos adeptos. E como sem adeptos não há audiências, acaba-se a única razão que parece subsistir para manter esta Taça viva: o dinheiro. Porque interesse desportivo é quase nulo.