Rita Pedroso
Um dia parece-nos um romântico, noutro é capaz de te deixar plantada num restaurante em pleno São Valentim. Esta será, quiçá, uma boa maneira de descrever o futebol. Pelo menos pareceu-me quando escrevia estas linhas – claramente pouco influenciada pelo clima apaixonante que nos rodeia nesta altura. A semana que passou ajuda-me a justificar a primeira tese.
Não que este Manchester City seja um parte corações como outrora, mas foi um belo espetáculo o proporcionado na terça-feira no Etihad. Esteve a vencer por duas vezes o Real Madrid, algo suspeitoso confessemos, mas, e ao contrário do que pedia Haaland ao apontar para a cabeça, houve mais coração nos minutos finais. Para quem por distração não sabe o resultado, também não precisarei de concluir: a história entre merengues e Liga dos Campeões é realmente de amor.
O sobrolho de Ancelotti pode até deixar confuso quem pouco o conhece, mas o italiano era um homem feliz. Ao mesmo tempo, os últimos dias lembraram o treinador de que também o futebol tem espinhos e há o risco de aparecer um vilão a meio de um romance. Nesta história, a ameaça é a Arábia Saudita, ou o Al Hilal, o ameaçado o Real Madrid e Vinícius o desejado. Ainda não conhecemos o final, sabemos apenas que Ancelotti já não quer ouvir falar do ‘outro’ e que nada satisfeito ficaria se fosse ele a levar uma tampa. Parece-me haver o sério risco de esta história ser para os menos românticos.
