Rita Pedroso
Entre os muitos pensamentos que me ocupam a mente, como por que motivo nunca sei a que dia calha o Carnaval, há um que me tem inquietado. Será mesmo Yamal um novo Messi? Aqueles 14 segundos frente ao Alavés têm algo de mágico, até a minha amiga Alexandra, que pouco se cativa com futebol, o admite. E será que Bellingham pode ser mesmo um herdeiro de Zidane, com todo o respeito à diferente escolha de penteados, como perguntavam estes dias a Ronaldo? O português, então, tem sido das maiores vítimas dos que sentem a necessidade de encontrar conforto em comparações. A propósito, nem vejo assim tantas semelhanças em Mbappé.
São realmente tempos difíceis para quem desenvolveu algum tipo de dependência com o que parece não voltar a ser como antes. Descobriu-se que, afinal, o guardiolismo também pode desvanecer; e que Klopp pode dirigir mais do que uma equipa de futebol. Menos mal que entretanto Arne Slot vai fazendo crer que também ele um dia deixará saudades. Ver este Liverpool convida a que se abra uma lata, não necessariamente de álcool porque não sou fã, e apenas se desfrute. Sobretudo de Salah.
Teria de ler e reler a teoria de Espinosa para entender que afetos são estes que nos fazem querer encontrar o passado no presente. Mas enquanto houver talento que nos permita detetar algo de Messis ou Guardiolas, fá-lo-emos. E isso sei que é tão certo como a Páscoa ser a um domingo.