Rui Calafate
Noronha Lopes no "timing" perfeito, no Record, deu a cara por uma contestação que cresce na mesma medida em que o castelo de Vieira se desmorona. O momento - e um colunista analisa o momento e quem retira títulos e frases do contexto temporal é um canalha, que fique claro - é como descrevi aqui na semana passada: "O ocaso de Vieira e Jesus". No Benfica, sente-se o cheiro a bafio das janelas fechadas de um presidente cada vez mais isolado. É o ar de fim de ciclo de um homem que usa o clube como manto protector dos seus problemas pessoais. E a paz podre à vista de todos entre presidente e treinador depois de uma época desastrosa, acentua o cenário de ausência de rumo. Noronha disse na campanha que não voltaria a candidatar-se, porém, agora, já veste o fato do eufemismo de quem saliva por um ajuste de contas, "eu não desisto do Benfica". A má notícia para ele é que não estará sozinho. Reitero o que escrevi durante essas eleições, do lado do movimento "Benfica Bem Maior", do meu amigo João Braz Frade, que estava recheado de múltiplas competências, sairão os nomes mais fortes para o amanhã. Registem: Manuel Brito, Viana Baptista e, sobretudo, o que indiquei na altura, Diogo da Silveira, ex-líder da Navigator e que dá os primeiros passos nesta indústria com a aquisição da SAD do Sintrense. Falo destes nomes porque Vieira, tal é a imagem degradada junto dos portugueses, não contará para este totobola do futuro. O seu prazo de validade expirou, só ele é que ainda não percebeu isso.