Rui Calafate
Confesso que esta semana sorri com os que rejubilaram pela vitória de André Villas-Boas nas eleições portistas, pelo sinal do que seria o fim das más práticas do passado no FC Porto. Depois do espectáculo desta semana destapado pela notícia do 'Correio da Manhã', onde quer que esteja Pinto da Costa, tenho a certeza que o malogrado presidente também se ufanou com ironia. Afinal de contas, a mudança de dinastia e de geração não significaram nada de novo. A pressão sobre os árbitros é a mesma, o jogo rasteiro e insidioso mantém-se. Fabio Veríssimo foi a vítima de uma estupidez completa. A manipulação vil, típica de práticas ditatoriais de quem tudo julga poder fazer passando incólume, já não joga com os tempos de hoje que exigem transparência e métodos sensatos. Não sei quem foi o autor de tão prodigiosa ideia, mas não é muito inteligente. Num futebol com leis justas e equilibradas, este acto seria severamente punido, no mínimo com a retirada de três pontos. Contudo, vivemos em Portugal e sabemos que um primeiro-ministro acusado de corrupção, e que nunca soube explicar de onde vinha tanto dinheiro para os seus gastos faraónicos, só mais de uma década depois viu começar o seu julgamento. Portanto, podemos esperar sentados por um castigo ao FC Porto que nunca virá. O certo é que André Villas-Boas ficou com a sua reputação indelevelmente manchada e os novos ares que prometia, afinal, são putrefactos. A sua presidência tem os mesmos métodos de ontem.