Rui Dias
Faz todo o sentido o sentimento generalizado de admiração pelo Sporting de Rúben Amorim, porque à exuberância do que tem conseguido na Liga se junta a surpresa de ver como líder isolado da Liga um conjunto no qual ninguém apostava um cêntimo. Mais do que isso, os leões praticam futebol de elevadíssima qualidade, revelando equipa que sabe defender (conceito coletivo que passa pela sincronização entre vários elementos) mas que nem sempre defende bem (sucessivos erros individuais que põem a nu fragilidades impensáveis) e cuja força advém, principalmente, do momento em que evolui da organização sem bola para a facilidade com que dispara para a frente. As transições ofensivas contam com a vertigem vertical de Nuno Santos e a explosão serpenteada e insinuante de Pote; têm agora a pausa de João Mário, que passa por terrenos minados com a serenidade de quem passeia no jardim com a família, e dois laterais (Porro e Nuno Mendes) sempre disponíveis para invadirem o outro lado do campo.