Rui Dias
Quando saiu do banco para o aquecimento, Bas Dost parecia um miúdo de 16 anos a quem se abria a hipótese de estreia na equipa principal do clube que representa. As bancadas sublinharam o momento com entusiasmo evidente e o jogador correu para trás da baliza de Renan como se estivesse a festejar um golo. O instante revelou um lado oculto do temperamento do holandês, mais emocional, a confirmar que os quase dois meses longe dos relvados deixaram marcas também no seu estado de espírito. O clima prosseguiu na exaltação coletiva da entrada em campo e na explosão pelo golo, menos de um minuto depois de ter entrado, que foi o relâmpago magistral na histórica tempestade de um 8-1 fora de contexto na Liga – e ainda atirou ao poste pouco depois. No fim, BD elevou o momento que Marcel Keizer definira como simples etapa de recuperação: demonstrou que não capitulou ao infortúnio e que a paragem não diminuiu a vontade de jogar, muito menos a motivação de recuperar ritmo, saúde e um lugar na equipa.