1] Não deixou de causar estupefação a entrada silente de Hidemasa Morita, na alvorada de 2021, no Santa Clara. Se é certo que se compreendia a necessidade dos açorianos, então comandados por Daniel Ramos, em fortificarem a zona central do meio-campo, dilatando a distância para a zona de descida, então cifrada em 4 pontos, deve-se à sagacidade do diretor-desportivo Diogo Boa Alma, atualmente ao serviço do Casa Pia, para onde captou os também nipónicos Kunimoto e Soma, o engenho de afiançar a aquisição de um internacional japonês em fim de contrato com o Kawasaki Frontale. O médio-centro contava, aos 25 anos, com mais de uma centena de partidas entre competições internas e a Champions asiática pelos Azzurro Nero, ao serviço dos quais abichara dois títulos nacionais, uma Taça do Imperador, uma Taça da Liga e uma Supertaça. O que o tornava num futebolista que, em condições normais, escapuliria à realidade desportiva e financeira da formação de Ponta Delgada. Só que o adensar da relação de proximidade com o seu agente, que chegou a visitar os Açores numa ação de sedução, o poder de antecipação cirúrgico, percebendo que finalizava contrato em dezembro de 2020, e a vontade de Morita em afirmar-se no futebol europeu, abonando que esse seria o primeiro passo para alcançar um clube de maior dimensão, desbloquearam o processo.
