Rui Malheiro
1] O ataque do Sporting ao último dia do mercado saiu gorado. Apostar as fichas em Kevin, a caminho do Fulham, foi um ato arrojado, mesmo que se percebam os motivos que levaram os leões a quererem acertar a aquisição mais cara de sempre do ludopédio indígena. Contudo, a operação apenas serviu para que o jogador e o seu agente encaixassem verbas superiores às que estavam previstas com os 'cottagers'. Ressurgiu, nas derradeiras horas, Jota Silva, que nunca poderia ser visto como um substituto de Kevin, um extremo que estabelece diferenças pela velocidade, drible, criatividade e impetuosidade a promover diagonais. Desejo de Rui Borges, demasiado preso ao pequeno universo dos seus ex-jogadores, o ataque, por verbas desajustadas, tanto de cedência como de opção de compra, caiu no derradeiro segundo. Os verdes e brancos perderam um jogador incisivo no ataque à profundidade e com propriedades como finalizador, mas que não é melhor opção do que os vários elementos capazes de estabelecer a ligação entre o meio-campo e o ataque no plantel leonino. Assim, a última aquisição consumada foi a de Ioannidis, que permitirá a Borges recorrer mais vezes a uma estrutura com dois avançados, até porque Suárez é mais móvel, versátil e evoluído tecnicamente. O grego sobressai pela força física, poder de choque, imposição em duelos – também ardiloso a atacar segundas bolas – e pela argúcia a jogar de costas para a baliza, mostrando-se capaz de oferecer apoios frontais, mesmo que exiba limitações técnicas em espaços curtos. Contudo, afiança mais presença na área no que concerne ao jogo aéreo, um convite a mais cruzamentos para a área em bola corrida e parada, até porque se trata de um avançado talhado para finalizações a um toque, a que junta belicosidade no primeiro momento de pressão como condicionador.