Rui Malheiro
1] Todos perceberam que o futuro de Roberto Martínez estava dependente dos resultados obtidos pela Seleção Nacional na fase final da Liga das Nações. Como evidenciou a capa de um jornalismo arquitetado na verdade do Record do passado 4 de junho, nunca desmentida por Pedro Proença, que, entre jogos de palavras entre o floreado e o insípido, só dedicou umas tímidas palavras sobre o catalão após o triunfo na prova. Não me parece que a obtenção ou não de resultados na fase final de uma competição interessantíssima de segunda linha, contra rivais de primeira linha do futebol europeu que temos evitado enfrentar, na antecâmara de um apuramento para o Mundial’26, fizesse qualquer sentido para servir como barómetro à continuidade do técnico de Balaguer. Bem mais importante seria apontar a um critério qualitativo. Ou seja, porque é que uma das melhores gerações de sempre do futebol português – provavelmente a mais completa, se olharmos posição a posição, adindo as alternativas para os diferentes lugares – apresenta uma qualidade de jogo tão baixa a nível coletivo, que faz com que (sobre)viva, quase sempre, do espantoso potencial individual que possui. No fundo, voltou a ser assim que Portugal avassalou a conquista do seu terceiro troféu nos últimos 9 anos.