Rui Malheiro
1] Mesmo sem realizar exibições exuberantes, o FC Porto, que somou, pela primeira vez, duas vitórias consecutivas sob o comando de Anselmi, dá sinais de crescimento. Encontrar um onze-base, com os jogadores a sentirem-se mais confortáveis, dentro da organização estrutural dileta do argentino, tem sido nuclear. Até porque a flexibilidade que tem introduzido em dois lugares-chave, com Eustáquio, a partir da função de líbero a juntar-se a Varela no meio-campo, e Fábio Vieira, a sair da posição 8 para avançado-interior-direito, permitindo a deslocação de Mora da direita para o centro, formando com Pepê um tridente de apoio a Samu, robustece o corredor central, mas também favorece a forma como a equipa faz circular a bola entre corredores, até pela presença à largura de João Mário e de Moura. Falta ainda aumentar a acutilância no assalto ao último terço, de forma que a equipa crie oportunidades com maior frequência. O clássico representará um teste pungente à consistência do processo defensivo, sempre muito arrojado, pelo posicionamento adiantado da última linha, algo que o rival poderá indagar com muito perigo, e a definição de zonas de pressão, sobretudo quando esta for feita em espaços mais altos. Conseguir ou não condicionar as saídas desde trás dos encarnados, que insistem muito em Carreras, será decisivo.