Rui Malheiro
1 A sede de permanente evolução de Rúben Amorim foi a grande base de um título inquestionável do Sporting, que ostentou o modelo de jogo mais completo do campeonato, afiançando o domínio sobre as partidas e uma ferocidade permanente no assalto ao arco rival, bem atestado nos 92 golos apontados em 32 partidas, o que quase nos conduz ao tempo dos assombrosos cinco violinos. Algo sustentado por um retumbante registo caseiro – 14 vitórias em 14 jogos – e, com a exceção da deslocação ao Dragão (na ronda 31) – onde arrancou um empate a dois ao cair do pano, na única partida em que não fruiu de uma situação de vantagem no marcador – pela extrema competitividade extramuros, apesar das derrotas na Luz (1x2) e em Guimarães (2x3). Essa dupla derrota consecutiva em deslocações à 11.ª e à 13ª jornadas, apesar dos leões se terem manifestado superiores, em largos períodos dos embates, aos rivais, gerou inquietação, que teve como resposta uma admirável série de 16 vitórias e 1 empate – em Vila do Conde (3x3) – em 17 partidas, o que escancarou as portas do título à formação de Alvalade. Uma sequela iniciada com um triunfo caseiro irrefutável ante o FC Porto (2x0), e que teve o momento deliberativo, à ronda 28, com a vitória intramuros sobre o Benfica (2x1), com o golo apontado por Catamo, já nos descontos, na sequência de uma bola parada lateral, a testificar que, mais cedo ou mais tarde, os leões atingiriam o seu principal objetivo para a temporada, que poderá ser epilogada com a conquista de uma histórica dobradinha.