Rui Malheiro

Rui Malheiro
Rui Malheiro Analista

O acasalamento (quase) perfeito

1] Ao décimo quarto jogo oficial do exercício, o Benfica, que somava 11 triunfos e 2 nulos nas deslocações a Eindhoven e a Kiev, conheceu o sabor acre da derrota. Um inopinado desaire caseiro, ante um Portimonense venturoso e tremendamente eficaz, quatro dias após uma pungente noite de (re)afirmação europeia diante de um Barcelona com um processo defensivo pífio. Foi um final de tarde de domingo em que os encarnados, entre o minuto 22 e o intervalo, produziram o suficiente do ponto de vista ofensivo para arquitetar um resultado robusto. Valeram, então, quatro defesas superlativas de Samuel Portugal, o maior protagonista da partida ao ser capaz de travar as águias, bem mais afirmativas a metamorfosear a transição ofensiva em ataques rápidos e em contra-ataques, e a perscrutar lances de bola parada laterais e frontais, do que em ataque posicional. O que ajuda também a explicar a míngua de ideias dos comandados de Jorge Jesus nos restantes 74 minutos – juntando os 7 de agregado à etapa complementar – de jogo, principalmente no assalto ao último terço do terreno, por uma clausura a uma vertigem angustiante, preterindo a associação em favor das acelerações individuais, quase sempre inconsequentes face à falta de espaços consentidos pela organização defensiva coriácea dos algarvios, o que contribuiu para o adensar da forma pouco harmoniosa como a equipa atacou, o que se agravou com as substituições, embaraçando o critério nas decisões no assalto ao último terço.

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