Rui Malheiro
1 A paupérrima exibição do Benfica no debute do campeonato, justamente espelhada numa derrota por 0-2, não mereceu grandes justificações por parte de Roger Schmidt, que da inércia de uma falta de resposta se afundou na perda de segundas bolas e de duelos como chave do desfecho. Mas não foi isso que se se manifestou determinante no desaire. O mérito maiúsculo pertence ao Famalicão, com Armando Evangelista a preparar bem a partida, reflexo de um estudo minucioso do rival, e a ser sagaz a gerir as diferentes etapas da partida, o que determinou que o Benfica criasse e finalizasse pouco e em circunstâncias deficitárias. Mas o demérito de Schmidt é inequívoco, pois, mais uma vez, patenteou uma análise deficiente do adversário, e apresentou uma equipa que foi corrosivamente deficiente em todos os momentos do jogo. Se é certo que a reação de alguns benfiquistas a referirem-se ao embate como a 35.ª jornada do campeonato passado foi mordaz, a verdade é que as águias já estão em 2024/25, depois de uma pré-época indigente no que concerne a imprescindíveis variações num modelo de jogo desgastado e previsível, que não se irá renovar com a introdução de novos protagonistas. O que ajuda a explicar que Pavlidis, depois de ter brilhado como goleador no período preparatório, tenha passado, como sucedeu, em várias situações, com Arthur Cabral no exercício anterior, ao lado do jogo. Porque o problema não está na qualidade individual de ambos.