Sérgio Krithinas
Há 21 anos, José Mourinho chegou a Londres e apresentou-se como o Special One. Os ingleses sorriram, num misto de graça e algum desdém, e ninguém antecipou a revolução que estava a chegar à Premier League. Mourinho transformou o Chelsea num grande, acabando com a hegemonia do Arsenal de Arsène Wenger e do Manchester United de Alex Ferguson. Duas décadas mais tarde, e depois de ter passado por quase tantas fases como o camaleão David Bowie, voltou a Stamford Bridge no modo "charming one". Mais ponderado e menos provocador, sem promessas e com humildade, espalha charme a cada declaração pública, colocando o foco naquilo que lhe interessa. E assim ganha o tempo que não tem e vai passando as suas mensagens, dirigidas a adeptos, jogadores e também a própria direção do Benfica. Apesar dos jogos com Chelsea e FC Porto esta semana, o horizonte não está propriamente azul para os lados da Luz. Por isso, o bem mais precioso para José Mourinho nesta altura é tempo. E ele sabe-o como ninguém.
