Sérgio Krithinas
O safanão dado pelo Benfica ao tema da centralização tem claras motivações eleitorais e mistura coisas que não devia misturar (aquela dos ex-árbitros a trabalhar para clubes talvez seja a pensar em António Rola...), mas acaba por tocar em quase todos os pontos essenciais. Na carta enviada a Reinaldo Teixeira, as águias apontam as preocupações que deviam ser de todos os clubes: apesar do decreto-lei ser de 2021, a verdade é que ainda estão por fazer quase todas as mudanças que deviam ser prévias à venda de direitos - definição sobre quadros e modelos competitivos, infraestruturas, combate à pirataria, luta pela alteração do atual cenário de falta de concorrência, etc... No fundo, é como se uma fábrica quisesse vender parafusos antes de definir onde vai buscar o metal, qual o custo de os produzir, com que máquinas os vai fazer e saber quem precisa deles. E só é uma pena que o Benfica tenha suspendido o seu lugar na Liga Centralização, que era o sítio certo para resolver tudo isto, sobretudo sendo um dos clubes com mais em jogo nesta profunda transformação da Liga portuguesa.