Sérgio Krithinas
A três meses de distância já todos percebemos que as eleições no Benfica vão dominar o espaço mediático nacional. No clube da Luz, tudo é exagerado. Pela primeira vez na história perfilam-se uma mão-cheia de candidatos - e, mais coisa menos coisa, todos prometem “ouvir os sócios”, “equipas competitivas”, “ambição europeia” – os chavões do costume. Rui Costa desperdiçou muito do crédito que o levou à presidência há quatro anos, devido a resultados desportivos bem abaixo do investimento feito pelo clube, mas também pela ausência de um verdadeiro corte com o passado. Agora vê-se pressionado pela oposição e agressivo como nunca, quer no mercado, quer na apresentação de projetos e em tomadas de posição do clube sobre arbitragem, direitos ou até contra adversários internos. Curiosamente, arranjou uma grande ajuda onde menos esperava: o protocandidato Luís Filipe Vieira, que, com sucessivos ataques à atual direção, veio finalmente separar Rui Costa do Vieirismo de uma forma que nunca o próprio Rui Costa fez tão claramente. Vão ser longos três meses - e, provavelmente, mais o prolongamento, que será a segunda volta.