Vítor Pinto

Vítor Pinto
Vítor Pinto Subdiretor

A pacificação de verniz

Quando os episódios de violência verbal e física se sucedem no futebol português, perdendo-se vidas em alguns dos casos, não faltam vozes a erguerem-se e mãos a baterem no peito clamando pela tal pacificação que nunca chega e, se calhar, interessa a menos gente do que parece se não nos deixarmos encandear pela hipocrisia. Estamos em 2021, as sociedades desportivas são cotadas em bolsa, há doutores e engenheiras bem remunerados em pesadas estruturas profissionais, os jogadores passaram a ser ativos, os estádios foram modernizados mas no final das contas a paixão e a irracionalidade são a gasolina sem a qual os motores param. E ficou provado, nas últimas semanas, que essa agressividade não pode ficar em ponto morto durante a semana e ser engrenada apenas aos domingos. A indústria do futebol precisa de uma nova era, mas o sonho primaveril de Luís Filipe Vieira, que mobilizou Pinto da Costa e conseguiu, no Rei dos Leitões, vincular todos os clubes da 1ª Liga, morreu na praia. A pacificação de verniz estalou e, como se diz à boca cheia nos meandros, essa foi a melhor notícia do ano para Governo, FPF e Liga.

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