Vítor Pinto
Na série policial de culto ‘A balada de Hill Street’, o comandante Frank Furillo reunia com os cabecilhas dos gangues de rua na sua esquadra, procurando garantir alguma tranquilidade na cidade ficcional por cuja segurança era responsável. Foi mais ou menos a reflexão que me suscitou a célebre conferência de imprensa de Torres Pereira e Sousa Cintra, que não se cansaram de falar em nome das quatro claques do Sporting sem que os representantes das mesmas, ladeando-os, deixassem de estar mudos e quedos. O objetivo de evitar agitação à volta da apresentação da equipa, contra o Marselha, foi conseguida. O problema de fundo, como tantos outros do reino leonino, acabou nas mãos de Frederico Varandas. O presidente ainda recém-eleito está a tentar circunscrever a influência negativa dos grupos organizados de adeptos, procurando uma via para o fazer sem criar novos conflitos ou perder o que eles ainda garantem de positivo. Ao contrário do que aconteceu em Espanha, porém, não sente o apoio de uma esmagadora maioria da opinião pública, leonina ou outra, no combate à violência, apesar das imagens do ataque a Alcochete que a CMTV tem difundido.