Opinião

Fomentar ética no desporto

Fomentar ética no desporto
Fomentar ética no desporto

Os pressupostos e os fundamentos da ética no desporto, projectados no ‘Código de Ética Desportiva’ em vigor, estão subjacentes no entanto a outras actividades da sociedade hodierna. Repercutem-se, por isso, através de uma transversalidade evidente e convida-nos a uma reflexão muito séria.

No caso concreto dos meios de comunicação social é frequente ouvir dizer, ou ver escrito, que fulano ou sicrano (atleta em competição) cometeu uma ‘falta cirúrgica’. Ora bem meus amigos: se cada uma das práticas desportivas, a nível competitivo, assume as suas próprias regras e o seu código disciplinar interno, prevendo um quadro ético generalizado, não faz sentido algum recorrer à metáfora da ‘cirurgia’. E porquê? Porque se um atleta comete uma ‘falta’ e é punido porque incorreu num comportamento antidesportivo, censurável à luz dos regulamentos aprovados, não existe ‘falta cirúrgica’ que o valha, como é fácil constatar.

Os princípios basilares da lealdade para com os seus companheiros de equipa e para com os seus oponentes competitivos, o respeito pelo público, pelos dirigentes, pelos agentes destacados para fazer cumprir as regras do jogo, com equidade (os árbitros) e, não menos importante, o respeito por si próprio, além do clima de sã camaradagem que todo o atleta que se preze deve privilegiar, nunca serão compatíveis com qualquer metáfora a saltar do bolso.

Daí se infere como é decisiva a intervenção dos ‘media’, na exacta medida em que estes estão obrigados a dar ‘tratamento adequado’ aos assuntos que nas notícias, comentários, crónicas ou reportagens ‘pressuponham a objectividade e a igualdade entre os agentes desportivos e os grupos em que os mesmos se enquadram’. E se assim for, vão contribuir para a divulgação e o fomento das ‘boas práticas’ no âmbito da ética desportiva, quer sejam relacionadas com os actos competitivos quer se projectem ‘em todas as áreas da vida’ e que ‘directa ou indirectamente se relacionem com o desporto’.

Nota: O autor escreve na ortografia antiga

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