O sucesso financeiro do Dr. Gomes

Fernando Gomes, o administrador financeiro da SAD do F.C. Porto, anda há cerca de um ano a tentar conseguir o despedimento do treinador Sérgio Conceição. Trata-se de uma missão estúpida e suicida. Estúpida, porque sendo Sérgio Conceição o mais popular elemento da estrutura do clube entre os adeptos, e o Dr. Gomes - junto com o Dr. Caldeira e aquele histérico e inapresentável Eng.º Gonçalves - um dos mais impopulares, tal feito apenas iria contribuir para agravar o fosso entre ele e os portistas. Suicida, porque são os sucessos desportivos conseguidos por Sérgio Conceição - mesmo após as razias que os "sucessos financeiros" do Dr. Gomes lhe fazem nas equipes de futebol, época após época - que lhe permitem ainda não ter declarado a falência da SAD e do clube, a que a sua esclarecida gestão os conduzirá fatalmente um dia. A dívida da SAD do F. C. Porto deverá andar à roda de 500 milhões de euros - sensivelmente o mesmo que ela recebeu há uns anos pelo pacote das transmissões televisivas e que eu e outros, na nossa ingenuidade, julgámos ir ser quase toda, ou sobretudo, aplicada, exactamente para reduzir a dívida para níveis sustentáveis. Mas, não: a dívida, mantém-se tal e qual, os 500 milhões foram voando aos poucos para parte incerta perante a inabalável indiferença do Conselho Fiscal, e todos os anos, qual anjo da morte, o Dr. Gomes emerge à superfície para fazer prova de vida, indo ao mercado para acrescentar dívida à dívida e suplicar ao presidente que não se esqueça de vender mais alguns dos melhores jogadores à disposição do treinador. É a isso que ele chama administrar: uns almoços nas marisqueiras de Matosinhos, umas conversas com os "agentes desportivos" e os agentes bancários, e siga o baile: o Sérgio Conceição que responda com o "sucesso desportivo". Mas diversificar as fontes de receita, conseguir um patrocínio para o estádio ou para as camisolas naquele que é o terceiro clube europeu com mais presenças na Champions e, portanto, visto todos os anos em ecrãs do mundo inteiro, isso nada: dá muito trabalho, é preciso falar inglês fluente, ter mundo e conhecer mundo, ter ideias e imaginar fontes de receita alternativas. Enfim, gerir, sair do conforto das marisqueiras de Matosinhos.

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