Opinião
Há vinte e quatro séculos, na corte de Siracusa, sentava-se Dâmocles, o cortesão de Dionísio I, que se tornaria famoso pela bajulação aos privilégios do poder. Cansado, o tirano propôs-lhe que ocupasse, por um dia, o trono. Uma vez sentado, notou que, por cima do seu pescoço, pendia — afiadíssima — uma espada suspensa apenas por uma fina crina de cavalo. Numa fração de segundo, tudo o que lhe parecera doce adquiriu tensão de vida e de morte.