Há dois anos estávamos ainda em estado de graça de Bruno de Carvalho quando uma equipa, que tive o privilégio de liderar, tentou evitar uma reeleição que levou a histórica crise do Sporting a patamares inimagináveis. Uma máquina de propaganda bem montada, o apoio generalizado dos ‘notáveis’ e alguns erros próprios levaram-me a uma derrota expressiva, que nem a vitória no único debate serviu para esbater. Todos os que nos apoiaram na altura podem estar hoje de consciência tranquila porque rapidamente se confirmou que o nosso clube foi mesmo tomado de assalto por incompetentes e oportunistas: a última, do "só roubei 1 milhão e não 2", diz quase tudo e ainda falta conhecermos melhor os contornos das transferências que levantam mais suspeitas. Desperdiçámos a melhor ‘fornada’ de sempre da nossa formação e, com a complacência da banca, arriscámos em cinco anos mais de 400 M€ em remunerações e transferências para recebermos apenas dois 2.os lugares, três 3.os, uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga, uma Supertaça e uma equipa e formação bem mais fracas do que as dos principais rivais. Tudo isto agravado pelo desgaste brutal da reputação de um clube que se julgava "diferente" e a divisão entre adeptos.
