No dia 1 de julho de 2019 iniciou-se a época da validação da Reconquista, da tentativa de afirmação de um clube alicerçado num ideal transversal e cada vez mais premente: a da aposta em jovens atletas, formados com o ADN Benfica.
A época que agora começa seria, nesse sentido, uma situação natural atendendo ao passado recente. Contudo, o desafio de Lage será completamente diferente daquele que lhe fora pedido em janeiro deste ano. A opção reativa da Direção do Sport Lisboa e Benfica na altura, fundamentada em conhecimentos sólidos do potencial do técnico, totalmente confirmados a posteriori, mas não estando na génese da estratégia, dará lugar a uma total programação sob a batuta de Lage.
Este facto, tendencialmente, terá facilidades associadas, como o conhecimento dos jogadores, o título conquistado, a integral utilização dos meios que a estrutura oferece, a possibilidade de escolher reforços e a transição de atletas das equipas de formação. Contudo, não é de somenos refletir que, independentemente do sucesso recente, a responsabilidade aumenta nalguns setores (tais como disponibilidade e acerto tático contínuo dos jogadores, rendimento esperado e exigível da equipa coletivamente e a afirmação do Benfica europeu) e tem ainda adicionado uma questão nuclear e central: ao Benfica de Lage tudo foi estando, pelo futebol apresentado e resultados na Liga, numa permanente harmonia, sem contestação, num clima de total simbiose.
O desafio de Lage é único: conseguir unir a equipa em torno de um objetivo, para que, na primeira grande dificuldade, consiga resistir e afirmar-se num contexto diferente e de especial complexidade.
A sintonia entre adeptos e Lage passará por vários capítulos, como sucede com todos os treinadores. Daí ser um ano de total afirmação das suas capacidades, aparentemente inatacáveis, como treinador (num contexto de competição) e com o sempre exigente Terceiro Anel.
Autor: Afonso Machado