Ronin (??; ? = Onda, ? = Homem), no Japão feudal foi um samurai que não seguia a um daimyo, ou seja, que não possuía um mestre — princípio básico do bushido de lealdade ao daimyo. Era considerado a profunda forma de penitência de um guerreiro samurai, pois além de não mais possuírem o direito de ter um mestre para seguir, não podiam ceifar a própria vida através do seppuku (ação restauradora da honra), estando eles "presos" a uma vida desonrosa — não possuindo, portanto, um sentido para sua existência.
Arranquei para esta análise ao Rise of the Ronin, que chega já no dia 22 de março para PlayStation 5, com a descrição da Wikipedia, de modo a que todos os que estão completamente desnorteados relativamente ao conceito possam encarrilar e saber do que falamos.
E faço-o porque esta fase histórica do Japão é, na minha ótica, um dos períodos mais interessantes da História mundial. Seja pela forma como conceitos como honra e educação foram interiorizados, seja pela maneira astuta como estes guerreiros se organizavam e zelavam pelos seus interesse de forma férrea a implacável. De resto, os verdadeiros apaixonados por estes momentos não perderam o filme '47 Ronin - A Grande Batalha Samurai', onde Keanu Reeves nos encaminha para uma história bela mas violenta, sincera mas letal.
Mas vamos então ao jogo que promete animar os fanáticos pelo Japão e apaixonados por samurais. Temos à nossa frente um RPG de ação em mundo aberto, desenvolvido em conjunto com a Team Ninja da Koei Tecmo, estúdio famoso por franquias como Dead or Alive, Ninja Gaiden ou Nioh, e publicado pela nossa bem conhecida Sony Interactive Entertainment.
Este é o resultado do imaginário japonês de Fumihiko Yasuda mesclado com aquilo a que podemos chamar uma componente gráfica imaculada. Sentimo-nos, de facto, naquela realidade e a sentir as mesmas agruras que estes homens sentiram na luta pelo território, pelo futuro e pela sua credibilidade num continente asiático em mutação.
Podemos dividir Rise of the Ronin em duas vertentes básicas - a dinâmica de combates e a história. Sobre o primeiro iten, a melhor forma de destacar a qualidade que os responsáveis pelo jogo ofereceram ao público que o joga é simples - odeio combates demasiado intrincados e com esquemas de botões.
E neste videojogo parece-me que conseguem agradar a gregos e a troianos, que é como quem diz agradar a gamers que adoram estar a decorar os 'combos' e os pequenos detalhes de movimentação durante a luta, e também aqueles que como eu querem dar duas ou três espadeiradas e seguir viagem rumo ao próximo objetivo.
A narrativa do jogo é trabalhada com qualidade e, um pouco à imagem do que aconteceu em Ghost of Tsushima, sentimos realmente que fazemos parte daquela atmosfera e daquelas vivências, por entre bonitas florestas, ambiciosas construções arquitetónicas e muitos amigos ou adversários.
Estamos perante um mundo aberto de qualidade superior, onde realmente nos podemos perder e explorar a nosso bel prazer. Sem revelar mais do que me é permitido, posso confidenciar que num dos momentos pós-prólogo, me diverti a perseguir 'personagens' que nada têm a ver com a história, apenas pelo prazer de navegar pelos cenários com que me deparei.
Por estarmos num registo de mundo aberto, claro que existem diversas formas de nos divertirmos por entre missões. Temos actividades laterais, que podem ir de um simples duelo com um bandido que preocupa determinada povoação ou até... encontrar gatos. Há mesmo de tudo para fazer neste mundo especial e competitivo. Diria até que uma ou outra vez me senti numa espécie de Red Dead Redemption asiático. E isto, mesmo não parecendo, é o melhor elogio de todo este texto.
Como normalmente faço nestas análises, guardo para o final aqueles parágrafos que os mais preguiçosos buscam para ter 'certezas' sobre o jogo. Então aqui vai... Rise of the Ronin é um jogo muito interessante e muito bem construído em termos de narrativa e dinâmica de combates. Vale muitas e muitas horas de entretenimento e é uma aposta segura para quem ainda busca por mais grandes jogos da PS5.
Contudo, como em tudo na vida, convém que se entenda que entramos num mundo que grita por Japão a cada esquina. À imagem do já mencionado Ghost of Tsushima, este é um jogo inteiramente focado na ação e realidade desta fase histórica do país nipónico e, por isso, não tenham quaisquer esperanças de que este título seja mais do que isso em termos de narrativa e ambientes. Gamers hardcore têm de o ter porque é muito bom, apaixonados pelo Japão têm de o ter porque... sim e os demais têm de investigar bem para depois não se queixarem de é um jogo demasiado... japonês. Eu estou a adorar!
PS5 Standard, PS5 Digital e PS5 Pro incluem edição digital do simulador
De 20 a 23 de novembro na Feira Internacional de Lisboa
Objetivo é não competir diretamente com ‘Mandalorian and Grogu’
Objetivo é explorar naves abandonadas no espaço
Lucas Pereira estava a almoçar com a sua equipa de arbitragem em Peniche
Defesa da Salernitana foi condenado por violência doméstica em 2021
Após mais de uma década de Alcochete, o treinador, de 36 anos, junta-se a Hugo Viana nos citizens
'Correctiv' explica que Kasia Lenhardt foi pressionada para não revelar pormenores da relação com o central alemão