Senna começou na Toleman e estreou-se a vencer na Lotus, mas onde brilhou mais foi na McLaren. E tudo acabou na Williams há 25 anos
Resumir em poucas linhas a carreira de Ayrton Senna nos dez anos de presença na Fórmula 1 não é exercício fácil. Os números dão uma ajuda (e a infografia que publicamos nas páginas centrais deste suplemente serve exatamente como suporte), mas o piloto brasileiro tinha aquilo que alguns definiram como ‘aura’ – algo que, a par da energia e de um modo muito próprio de fazer as coisas, pode traduzir-se como foco no derradeiro e único objetivo de ganhar, ser melhor do que os outros. Dos karts à Fórmula 3 até à entrada na F1, em 1984, Ayrton Senna revelou de imediato aptidões únicas. Foi campeão de Fórmula Ford 1600 e 2000 e a aposta nas competições em território europeu rendeu-lhe ainda o triunfo, em 1983, no campeonato de F3 britânico. O salto para a Fórmula 1 acabou por ser natural, entrando na temporada de 1984 ao volante de um Toleman-Hart.
Carro e equipa modestos, resultados prometedores e afirmações de qualidade, como no GP Mónaco desse ano, em que... quase venceu. Os pontos conquistados em cinco corridas levaram no ano seguinte à troca da Toleman pela Lotus-Renault. Foi no inesquecível monolugar preto com letras douradas da John Player Special que Senna chegou aos primeiros triunfos – estreando-se no lugar mais alto do pódio após corrida épica no GP de Portugal de 1985.
Em 1988, e já com seis vitórias no currículo, o brasileiro faz a mudança de equipa que seria determinante na construção de estatuto ímpar. Senna entra na McLaren-Honda para fazer dupla com Alain Prost. Vence o campeonato nesse ano de estreia ao volante do carro branco e vermelho patrocinado pela Marlboro, construindo ao mesmo tempo rivalidade inesquecível com o francês.
Até 1993, sempre com uma presença em pista que não reunia consenso e recheada de momentos controversos, Senna vence mais dois campeonatos (1990 e 1991), chega às 41 vitórias em GP e soma incríveis 62 pole positions. A carreira, abrupta e tragicamente interrompida a 1 de maio de 1994, teve na Williams-Renault a última equipa e onde somou mais três ‘poles’. O piloto brasileiro queria mais do que a McLaren-Honda lhe podia dar naquela altura e na escuderia de Frank Williams parecia ter todas as condições para o regresso aos títulos. Os dois primeiros Grandes Prémios de 1994 resultaram noutras tantas desistências. Depois... veio Imola.
As responsabilidades de Newey
Um quarto de século depois do trágico acidente na curva Tamburello do circuito de Imola permanecem verdadeiramente por explicar as razões objetivas para aquela saída de pista do Williams-Renault com o número 2. A quebra da direção foi uma das causas apontadas (a hipótese de um furo também foi aventada), mas Adrian Newey, atual projetista da Red Bull e ao tempo com as mesmas funções (a par de Patrick Head) na Williams, tem outra interpretação e não recusa responsabilidades.
"Nunca saberemos exatamente o que aconteceu, porque não é possível replicar os dados que havia na altura sobre o carro", referiu Newey numa entrevista ao canal televisivo Sky, na sequência do livro que publicou no final de 2017 – ‘How to build a car’ (‘Como construir um carro’, em português).
O inglês, hoje a caminho dos 61 anos, afirmou que não sente culpa "pela rutura da direção", considerando mesmo que não foi essa a razão para o acidente. "Fiz asneira, lidei mal com a transição das suspensões ativas para as suspensões passivas. O carro era aerodinamicamente instável e incapaz de responder à forma de pilotar de Ayrton Senna. É horrível sentir essa responsabilidade", disse Newey, que nunca vai esquecer a "aura, o entusiasmo, a energia" transmitidos pelo piloto brasileiro.
O ‘dono’ do principado
O GP Mónaco continua ainda hoje a ocupar lugar muito especial no calendário da Fórmula 1. É, se quisermos, a única corrida autorizada num traçado citadino onde as condições de segurança estão no ponto mínimo do aceitável. Mas preserva estatuto de intocável e é também uma espécie de elemento que define os pilotos de exceção. Ayrton Senna era um desses pilotos, como provam as seis vitórias e mais dois pódios em dez participações.
Na primeira vez que competiu nas ruas de Monte Carlo, Senna mostrou de imediato ao que vinha. Em 1984, num GP disputado à chuva, o jovem piloto da Toleman saiu da 13ª posição e só não venceu a corrida porque a bandeira vermelha foi mostrada já depois de ultrapassar Alain Prost, um líder em dificuldades e que, face às condições da pista, pedia insistentemente para que o GP fosse interrompido. Mas contou a última volta antes da interrupção.
Depois desse 2.º posto, atribuído na secretaria, Ayrton Senna ganhou em 1987, iniciando em 1989 um ciclo de cinco triunfos consecutivos. Um registo só ao alcance dos predestinados.
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