A minha experiência na Maratona de Londres: a minha primeira Major

O relato de Sérgio Pires da prova corrida em solo britânico

Até esta data já tenha realizado 16 Maratonas, mas sentia a falta de uma Major, que é como quem diz, uma das maiores 6 do mundo nesta distância mítica.

Ao longo destes anos tenho tentado a sorte, para garantir através de sorteio a entrada em Londres, Berlim e Nova Iorque, mas nunca tive a felicidade de entrar por esta via. Entretanto, tinha lido um artigo que falava na dificuldade crescente em entrar por sorteio na Maratona de Londres, uma vez que de ano para ano crescia o número de interessados. Foi neste momento que percebi que precisava de procurar outras soluções com vista à concretização deste sonho: correr todas as 6 Majors.

Londres era a que mais me entusiasmava, por ser a mais difícil de entrar. Sabia que existiam Agências de Viagem parceiras e especializadas em algumas destas maratonas, nomeadamente Londres, mas não sabia muito bem como tudo funcionava. Entrei em contacto com a Endeavor e percebi que poderia ser esta a porta de entrada para este meu grande desafio.

Para além da garantia de inscrição na prova, teria também um acompanhamento fundamental nas questões da Pandemia e testes Covid.  As condições e protocolos sanitários estavam constantemente a ser actualizados, e com o apoio da agência eu não teria a preocupação com questões burocráticas,  o que me permitia pensar unicamente na minha preparação para a prova.

Para além da alegria de saber que iria participar na minha primeira Major, estava igualmente a atravessar uma excelente forma física, o que me levava a acreditar num bom resultado. Sem dúvida que ia para Londres à procurar de bater o meu recorde pessoal. Para isso treinei muito e cumpri religiosamente o plano de treino definido pelo meu treinador Ricardo Ribas. O objectivo era baixar das 2h e 55m, e aproximar-me o mais possível das 2h e 50m, uma vez que até aí tinha como melhor tempo 2.56:31.

Como partia no dia 1 de outubro para Londres, tinha obrigatoriamente de apresentar um teste PCR com validade de 72h. Começava aqui todo o processo relacionado com o COVID  e que iria ter mais desenvolvimentos no dia 2 com a realização de mais 2 testes: Outro PCR e um Antigénio, para poder participar na prova.

No dia da chegada, aproveitei a tarde para ir à feira, levantar o Dorsal, conhecer um pouco dos produtos e ambiente da feira e, eventualmente, para comprar um artigo relacionado com o evento para guardar e usar no futuro.

Na véspera da prova fiz o tradicional treino de ativação e  um pequeno passeio próximo do hotel, junto ao ST. James Park, onde ficava a meta. Jantei no hotel,  local escolhido pela Endeavor para a Pasta Party destinada aos atletas.

E chegava o grande dia. A partida era algo distante do centro de Londres, mas como íamos de autocarro e como a prova só começava por volta das 9h e 30m, deu para descansar bem nessa noite,  o que era fundamental para mim. Andava a dormir mal já há uns dias, tal era a ansiedade. A temperatura estava baixa, mas  excelente para correr. O melhor de tudo é que, contrariando todas as previsões da semana, afinal não iria chover. Eu sabia que, se chovesse, dificilmente conseguiria correr no ritmo pretendido e, pior que isso, todo aquele ambiente mágico de que me tinham falado, se iria desvanecer. Quem é que estaria nas ruas ao frio e à chuva para apoiar e colorir o ambiente de festa? E tanta falta que esse ambiente nos faz.

A minha estratégia passava por fazer os primeiros 32 kms a um ritmo de 4:07/km e depois nos últimos 10kms baixar para 4:00/km, e acabar desta forma a Maratona em crescendo.

Apesar da minha experiência em provas como esta, o entusiasmo natural de uma prova desta dimensão levou a que fizesse a 1ª parte ligeiramente mais rápida do que o planeado, e depois já não me senti em condições para fazer a última parte em crescendo, pois tive receio de quebrar fisicamente. Para além disso, tinha uma pequena dor numa das virilhas que me começou a preocupar.  Ainda assim mantive o ritmo inicial e constante, pois sabia que assim iria conseguir concretizar o meu grande objetivo. Terminei com 2:52:23 e com recorde pessoal alcançado, o que me deixou imensamente feliz.

A chegada ao Buckingham Palace é o culminar de um belíssimo percurso e em que grande parte é feito num ambiente quase sempre animado e festivo.

Esta Maratona superou largamente as minhas melhores expectativas e apesar de querer conhecer novas cidades através das corridas, espero um dia regressar a terras de sua majestade, para correr novamente os 42.195 kms nesta fantástica cidade.

Aproveitei, como por norma o faço, para passear mais uns dias na cidade, descansar antes de regressar ao nosso país, pois a vida não é só correr e trabalhar.

Novas aventuras se avizinham em breve pela cidade do Porto e em Sevilha no próximo ano.

Autor: Sérgio Pires

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