ASICS GEL-Kayano 30: um clássico que raramente falha

A nossa análise ao modelo de longa distância da marca japonesa

Quando um modelo chega à 30.ª versão, dificilmente dá para desconfiar do sucesso e da qualidade do mesmo. As ASICS GEL-Kayano 30 não fogem a essa regra e mantêm a tradição da marca japonesa em oferecer um modelo de estabilidade de qualidade máxima. E numa altura na qual praticamente todas as marcas parecem mais focadas em dar sapatilhas para performance ao mercado, não deixa de ser sempre agradável ver que a ASICS continua, ano após ano, a apostar em lançar versões evoluídas de um modelo idealizado para quem precisa de contornar a excessiva pronação e/ou tenciona ter um verdadeiro Rolls Royce em termos de conforto para longas distâncias.

Olhando às mais recentes versões, arriscamos dizer que estas GEL-Kayano 30 serão aquelas que mais evoluíram em comparação com as antecessores. A mudança começa no visual, mas vai muito para lá disso, já que toda a sensação de corrida parece efetivamente transformada. No global, continua a promover uma corrida tranquila, confortável e muitíssimo segura, o que sempre foi aquilo que este tradicional modelo sempre prometeu.

Comecemos pelo aspeto visual. Colocando lado a lado o 29 e o 30 quase nos leva a pensar que são modelos de 'famílias' distintas. Um perfil mais alto, bem mais 'bulky' a fazer lembrar os modelos da Hoka. E aí surge logo o primeiro murro na mesa com este modelo: adeus ao aspeto clássico. O design está claramente mais evoluído, um pouco em linha com aquilo que a ASICS tem feito em toda a sua gama e é com bons olhos que vemos que também chega ao GEL-Kayano.

Na zona superior, já que estamos por aí, a ASICS aplica uma malha de engenharia que foi idealizada para dar maior respirabilidade, mas neste ponto somos tentados a discordar, pois nestes meses de verão - provavelmente devido à cor escura que nos chegou - sentimos um pouco de aquecimento nos pés. Ainda assim, esta malha é relativamente elástica e permite ao pé andar confortável e mover-se de forma livre no interior das sapatilhas. Ainda nesta zona superior, nota para o facto da língua ser bastante confortável e acolchoada em abundância, tal como todo o colar do tornozelo. Nessa zona traseira, o reforço do calcanhar, não sendo demasiado rígido, parece-nos estar mesmo no ponto para dar segurança à corrida com o avançar dos quilómetros.

Passada a questão visual, agora aquilo que mais importa: como é correr com estas sapatilhas? Confortável... como sempre. Agora com espuma FlyteFoam Blast+ Eco na meia-sola, as Kayano 30 deixam de ser aquelas sapatilhas que se sentem pesadas nos pés. Elas continuam pesadas - cerca de 300 gramas -, mas a sensação de corrida acaba por dissipar um pouco essa impressão de peso excessivo. Não sendo o modelo mais responsivo da marca, é de assinalar que a espuma se nota bastante na resposta das sapatilhas. Outra novidade é a integração de uma cápsula (que não está visível) de PureGel, que vem em substituição do Gel convencional. Já tinha sido aplicado nas Nimbus 25 e, depois desse sucesso, é repetido aqui. Na génese, a fórmula é a mesma do Gel normal, mas bem mais leve e algo mais protetor.

O perfil das sapatilhas ganha 4mm de altura, o que vem também acompanhado de um ligeiro alargamento do modelo, de forma a mantê-lo estável. Agora, ao invés dos 29mm/19mm das 29, as GEL-Kayano 30 sobem à altura das supersapatilhas, com 40mm/30mm, para dar uma maior sensação de conforto pela injeção generosa de espuma de meia-sola, sem que isso represente um ganho de peso.

Por outro lado, a ASICS deixa cair o sistema LiteTruss e passa a usar o denominado 4D Guidance System, que tem como propósito dar maior suporte no arco do pé na zona interior, de forma a minimizar o tempo de contacto do pé com o solo para aqueles que têm uma pronação algo severa. No nosso caso, não estando nesse grupo de corredores, a verdade é que sentimos bastante a presença dessa estrutura na meia sola. O impacto do contacto com o solo sentia-se menos, especialmente quando aumentávamos ligeiramente o ritmo.

O acima referido alargamento das sapatilhas nota-se, claro, na superfície da sola, que continua a ter a borracha AHAR+, colocada de forma estratégica em todos os pontos de maior contacto com o solo. Em comparação visual, este novo modelo tem uma menor dose desta borracha, mas a verdade é que a sua utilização parece efetivamente mais limitada aos pontos essenciais. De resto, todo o design da sola está também algo diferente, com um padrão reforçado e com uma orientação distinta em comparação com o 29. A sensação de contacto com o solo é algo diferente, essencialmente com uma tração algo melhorada.

Pensadas para os corredores pronadores, as ASICS GEL-Kayano 30 podem (e devem!) ser uma opção a ter em conta para quem quer ter um modelo de conforto máximo para fazer treinos mais calmos e/ou longos. O preço (200 euros) pode afastar, mas como habitual este é um daqueles modelos que tem uma durabilidade quase surreal. Com quase 200 quilómetros rodados, a sola está num estado impecável e leva-nos a confiar que a barreira dos 1000, se quisermos, poderá ser superada. São umas sapatilhas premium, com preço premium, mas que entregam também tudo em premium.

Por Record
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