Modelo de performance japonesa revela-se super fiável para a longa distância
Longe vão os tempos em que no topo das principais maratonas internacionais se via apenas adidas ou Nike nos pés dos vencedores. Sim, estas duas poderosas marcas ainda comandam muitas provas, mas logo ali, a bater-se taco a taco, tem surgido a Asics.
John Korir, ao ganhar nas maratonas de Chicago e Boston, deu provavelmente as vitórias mais sonantes à casa japonesa e confirmou que dali, ultimamente, só têm saído modelos de excelência. Em Chicago, no ano passado, ainda tinha usado as Metaspeed na sua versão Paris, mas este ano, em Boston, foi facilmente percetível que se tratava de um modelo diferente. Na altura não se sabia, mas semanas depois, num evento privado, a Asics mostrou finalmente ao mundo aquelas novas armas. O nome é o mesmo, o apelido é que tinha mudado: Metaspeed (Sky ou Edge) Tokyo.
O nome mudou, mas as mudanças não se ficaram por aí. Não podia ser de outra forma. O visual já denunciava algo de diferente, as especificações confirmaram-no. Um corte de peso interessante num modelo que já de si era dos mais leves do mercado. Das 185 gramas da versão anterior, as novas Metaspeed descem às 170 gramas. Nas contas da Asics... porque na nossa balança estão nas 155g (no 42 EU)! Logo aí ficamos claramente impressionados. Olhando ao que testámos recentemente, apenas as adidas Adizero Adios Pro Evo 1 eram mais leves. O peso não é tudo, mas se estiverem bem construídas, com tudo no lugar, esse peso pluma pode fazer claramente a diferença. Mas será que faz mesmo?
Foi isso que testámos ao longo de cerca de três semanas de uso destas Metaspeed, que no nosso caso chegaram na versão Sky. Uma versão orientada para quem aumenta a sua passada enquanto eleva o seu ritmo. E nesta versão, mais do que qualquer uma das outras duas que experimentámos (só 'falhámos' as Paris...), sentimos efetivamente alguma diferença. O teste foi feito por um corredor que tem uma cadência elevada e isso acaba por mostrar que, mesmo assim, é possível tirar-lhes rendimento. Se calhar não tanto quanto se fôssemos de outro tipo de corredor, mas ajuda a perceber que qualquer um dos modelos será certeiro. Ainda que entregando sensações distintas.
Falando em jeito de comparação, o que muda essencialmente é a colocação da placa. Nas Sky, a placa é bem menos curva. Nas Edge há um maior efeito de colher, que ajuda a catapultar de uma forma mais pronunciada a cada passada. Isso também muda a superfície da espuma. Nas Sky há uma concentração mais equilibrada da combinação das espumas FF LEAP e FF TURBO PLUS. Nas Edge, por ter uma placa diferente, por baixo da zona do metatarso há uma maior concentração do composto FF LEAP (que a ASICS diz ser 15% mais leve e 13.7% mais responsivo).
E aquilo que sentimos, essencialmente, foi uma menor responsividade imediata, uma menor agressividade instantânea, mas, em sentido inverso, uma capacidade sem igual de imprimir um ritmo alto e mantê-lo. Pode ser difícil entendê-lo, mas podemos colocá-lo desta forma: imaginem um carro topo de gama que tem capacidade de chegar aos 300 km/h, mas que demora uns 5 segundos a chegar dos 0 aos 100 km/h; quando no mercado há carros que só chegam aos 250 km/h, mas que chegam dos 0 aos 100 km/h em 4 segundos. Preferem maior velocidade imediata ou a capacidade para chegar a maior velocidade por mais tempo? A escolha é de quem usa, claro...
No nosso caso particular, diríamos que a nossa opção é mesmo esta que levamos nas Sky. Porque somos mais dedicados a maratona, a treinos longos e para isso a capacidade de explosão é menos importante. E isso faz com que recomendemos essencialmente este modelo para quem quer fazer maratonas. Se a aposta for 10 quilómetros ou meias maratonas (a ritmos abaixo de 4'/km!), há opções melhores. E já que falamos em ritmos, de notar que, conforme sempre dizemos por aqui, modelos de performance não são para correr de forma mais lenta do que 4'/4'15/km. Em ritmos perto dos 5'00/km são, essencialmente, um desperdício de dinheiro.
Upper respirável, mas ajuste podia ser melhor
As sapatilhas podem ser muito boas na sua construção abaixo do pé, mas aquilo que o envolve é igualmente importante. E aqui a ASICS esforçou-se para criar um produto de topo. Especialmente pela forma como construiu o upper, com o chamado Motion Wrap 3.0 que tem uma respirabilidade do melhor que encontramos em sapatilhas de performance e uma capacidade para 'movimentar' os dedos sem qualquer restrição. Menos bom é o ajuste global. Especialmente por conta do calcanhar, que nos pareceu algo desprovido do suporte necessário, o que torna este modelo algo instável em viragens mais bruscas. E nem o uso do furo extra resolve esse problema. Ainda assim, há que realçar o conforto deste calcanhar, o que se agradece num modelo tão leve.
Outro ponto a destacar, e este também importante num modelo tão leve, é o composto da sola. Tal como tem feito nos seus modelos mais importantes mais recentes, a marca japonesa colocou o ASICSGRIP, que é dos melhores do mercado. A tração é excelente em todas as condições, seja em piso solto como em molhado. Ainda assim, por ser um modelo de performance, o seu uso deve ser restrito ao asfalto, de forma a potenciar a durabilidade. Que, já agora, deverá andar pelos 300 quilómetros. É... usem-nas com critério!
E se as usarem onde devem, aos ritmos que devem, levarão um modelo capaz de marcar os próximos meses. Não são as mais explosivas do ano, mas serão provavelmente as sapatilhas de performance mais certinhas na forma como devolvem a nossa energia. O que, para quem corre maratonas, é algo essencial para evitar oscilações fatais no ritmo a impor.
Quanto ao preço, parece que chegamos a um novo normal, que para performance subiu dos 250 ao 270 euros. 20 euros a mais que se justificam...? É difícil dizer. Vamos apenas dizer que, sim, a ASICS criou aqui um grandíssimo modelo. Uma aposta certeira... haja carteira para tal.
A nossa análise ao modelo de performance da marca francesa
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