ASICS NovaBlast 3: é para entregar já o prémio?

Modelo da marca japonesa tem sido um dos mais elogiados do ano. E com razão!

Em 2020, quando colocou as Novablast no mercado a ASICS deu início a uma mudança radical no design das suas sapatilhas, que nos dois anos seguintes se revelou certeira para (re)posicionar a marca bem próxima do topo, ali numa luta bem direta com Nike e Adidas, as marcas que vinham dominando o mercado a solo. Aquele lançamento representou um ponto de viragem para o sucesso, não só da marca como das próprias Novablast, que em 2022 recebem a terceira atualização.

Ao contrário da opinião que se generalizou na altura, não ficamos particularmente rendidos ao modelo original. Era demasiado instável para a nossa corrida, ainda que responsivo de uma forma incrível. Parecia ter placa de carbono... sem a ter. Mas isso também nos mostrou, uma vez mais, que nisto das sapatilhas a especificidade dos modelos é algo a ter em conta. No ano seguinte, apenas de passagem, tivemos chance de usar a segunda versão e já gostámos um pouco mais, mas sem ficar com uma opinião clara, porque dois ou três quilómetros numas sapatilhas não são necessárias para tirar uma opinião clara. Até que chegou a terceira versão. E aí... ficamos definitivamente de boca aberta.

Já por aqui passaram vários modelos de várias marcas este ano, mas a menos de dois meses do final do ano arriscamos dizer que estamos perante as sapatilhas do ano. Sim, ainda não é tempo para esses balanços, mas arriscamos já a eleição. A primeira impressão permitiu soltar logo um "uau!". A segunda utilização reforçou essa reação. Os treinos passaram e a opinião só melhorava. E agora, com mais de 100 quilómetros já rodado, com um treino de 25 muito recentemente a um ritmo bem vivo, só podemos dizer coisas boas. Estão muito mais estáveis, continuam a ser responsivas e, para mais, conseguem ser bem mais leves do que as 1 e 2. Enfim... está tudo melhor!

Com 252 gramas e um drop de 8mm, as NovaBlast 3 podem 'assustar' por uma aparente altura excessiva no perfil, mas a verdade é que no calcanhar estamos apenas 31mm acima do solo, ainda que curiosamente no momento da corrida nos sintamos algo mais altos do que o normal. Essencialmente é esse o efeito da responsividade (absurda) da espuma de meia-sola Flytefoam Blast+, que ameaça tornar-se numa referência no mercado.

Outro dos pontos que merece realce, e que torna estas sapatilhas únicas no mercado, é mesmo a sua versatilidade, pois nelas somos capazes de correr lento de forma confortável, sejam treinos curtos ou longos, podemos aumentar ritmo e sentir a velocidade gradualmente a surgir sem grandes dificuldades e até encaixar um treino forte de longa distância (como aquele de 25k que falámos há pouco). Dá mesmo para tudo! E, seja qual o treino, no final o impacto nas pernas é relativamente reduzido.

Respiráveis e confortáveis

Bem sabemos que os dias de calor já lá vão, mas ainda tivemos a chance de testar as Novablast 3 com temperaturas algo elevadas e até aí a nota é positiva. Tanto na zona frontal, onde estão os nossos dedos, como em todo o seu comprimento, as Novablast 3 contam com pequenas aberturas na malha que permitem a circulação do ar e dissipação do calor.

Olhando ao 'upper', o visual é claramente diferente do habitual, com um dégradé que parece ter vindo para durar na aposta da ASICS. A zona da meia sola tem um formato a fazer lembrar aquilo que a adidas fez nas Adizero Adios Pro 3, ao passo que 'upper' conta com um símbolo da marca japonesa ali integrado num design algo futurista. Nota final para a língua, que contra comum formato diferente, mas que nos parece estar no ponto entre conforto e entrega de resultados.

Com apenas 252 gramas, as Novablast 3 são um daqueles modelos leves que ainda parecem mais leves quando as estamos a usar. A responsividade da espuma Flytefoam Blast+ é de certa forma responsável por essa sensação, mas sem que isso comprometa a estabilidade global da nossa corrida. Olhando para trás, em 100 quilómetros, mesmo com viragens apertadas, passagens por terrenos menos agradáveis e outros obstáculos, nunca nos sentimos a perder o controlo das sapatilhas. E por falar em controlo, o que dizer da tração? Estando o piso seco, seja em asfalto como em terra, o agarre é do melhor que já tivemos oportunidade de testar. Ainda assim, a resposta muda um pouco quando passamos a piso molhado, onde se denota alguma falta de aderência...

Aqui chegados, provavelmente apontando apenas um defeito, concluímos com a adição de outro ponto que pode ser visto como menos positivo: o preço. As NovaBlast 3 estão 10€ mais caras, passando agora aos 150€. Um aumento que terá certamente a ver com a evolução do modelo e com o contexto global atual, mas a verdade é que para a carteira de um português... esses 10€ podem fazer a diferença. Mas, pesando todos os aspetos, desde a resposta e performance à durabilidade... até compensa!

Por Record
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