João Traven, diretor da prova, assume querer maior participação lusa no evento
É o maior festival de corrida da América do Sul e este ano esgotou... a seis meses da realização da prova. A Maratona do Rio de Janeiro está de volta em 2023 (entre 8 e 11 de junho) para a sua 21.ª edição desde que assumiu o atual nome e que é organizada pela Spiridon, empresa fundada por João Traven, o grande mentor do evento. Foi dele que saiu a ideia de organizar uma corrida desta dimensão na Cidade Maravilhosa, muito por culpa da... Maratona de Nova Iorque.
"Em 1988 fiz pela primeira vez a maratona. Depois disso fiz mais umas 20 edições. Fiquei impressionado com a cidade, o movimento e meti na cabeça que queria fazer uma prova igual no Rio. Em 1992 montei a Spiridon com uns amigos e fizemos a primeira maratona do Rio em 2002", recordou em conversa com o nosso jornal o organizador de provas brasileiro, de 61 anos.
De lá para cá muito mudou e agora, de olho na 21.ª edição, Traven confessa querer ver mais portugueses a correr a sua corrida. "[Portugal] É um mercado sensacional, até pela facilidade da língua. E [o Brasil] é um local barato para europeu. Faltará divulgação em Portugal, tenho conhecidos que já participaram na prova e dizem-me que falta isso", confessou, antes de nos revelar que antes da pandemia a participação de estrangeiros era de apenas 10%. Um número que, assume, quer ver subir no futuro. Se os portugueses aderirem... melhor ainda!
Para tal, desafiado por Record, elenca alguns dos grandes atrativos da prova. "A largada é no Aterro do flamengo, que é o nosso Central Park. Depois vai para o centro, passa no Museu do Amanhã, na Orla do Porto, que é muito bonita. Quando sai do centro, volta pelo Aterro e vai em direção à zona sul. Aí, nesse ponto, do lado esquerdo o corredor vê o Pão de Açúcar e do lado direito, no alto, ao longe, vê o Corcovado. Daí vai em direção às praias de Copacabana, Ipanema e Leblon... É um percurso muito bonito, totalmente plano. Quem é do Rio, já está acostumado. Mas quem é de fora, passa muito rápido. Quando corremos em Nova Iorque, passamos naqueles bairros e acaba por ser tour que fazemos a correr que passa muito rápido", explica.
Orgulhoso da prova que tem em mãos, mas também por ser carioca, o diretor da Spiridon assume que correr no Rio é logo uma vantagem. "É uma cidade que tem muitas atrações, que não é muito grande, que tem as coisas todas perto. Não é preciso alugar carro para andar aqui. A comida super gostosa, aqui tens comida de todo o Brasil. E depois o povo carioca é muito hospitaleiro. Às vezes as pessoas até confundem isso! Enfim, é a cidade maravilhosa. E depois a organização, composta por vários ex-corredores, modéstia à parte é muito boa".
Outro ponto diferenciador da Maratona do Rio é o Desafio da Cidade Maravilhosa, que consiste em correr a meia maratona no sábado e, depois, a maratona no domingo. São 63 quilómetros no espaço de dois dias, que valem uma medalha especial (para lá da que é dada por cada uma das provas). A ideia, explica João Traven, surgiu depois de ter visto o sucesso da Maratona da Disney. "Eles tinham 3 a 4 mil pessoas a fazer o desafio. E eu pensei 'se fizermos temos no mínimo duas mil'. Fizemos pela primeira vez em 2018. Na altura convenci as autoridades que dava para fazer. Depois disso o presidente do Departamento de Trânsito veio dizer-me 'foi sensacional, vamos manter'". E assim foi.
Desafios constantes
Por falar em desafios, ao longo desta longa vida enquanto organizador, João Traven assume ter passado por alguns momentos complicados, como quando um acidente de trânsito obrigou a fazer uma pequena mudança... na manhã da prova. No terreno estava um observador da IAAF, que após ver a capacidade de improviso da organização brasileiro, diz ter ficado impressionado. Um outro momento crítico, que demonstrou a capacidade de contornar os problemas deu-se em 2018, quando uma greve de camionistas bloqueou o Brasil. Foi complicado garantir o abastecimento de água, mas o problema foram mesmo as medalhas. "Tivemos de ir a Minas Gerais buscá-las de autocarro, porque era a única forma de burlar os grevistas. Foi uma aventura arranjar um autocarro para levar 7 toneladas de medalhas, mas conseguimos", recorda entre risos. Mais recentemente houve também a mudança de percurso por conta do impedimento de passar na Avenida Niemeyer, o que fez com que fosse necessária nova medição e fixação de pontos de abastecimento apenas um mês antes, e ainda a Covid-19, que obrigou ao cancelamento da edição de 2020.
Uma pandemia que paralisou o mundo, mas que quando superada deu a João Traven o melhor momento, quando a prova regressou em 2021. "Foi muito importante, porque um ano antes não sabíamos o que acontecer. Ficámos todos em casa, ninguém saía à rua... Em 2021 foi realmente memorável. 2022 foi muito bom, porque as pessoas vieram em maior número. Agora para 2023 esperamos que seja memorável também, porque as inscrições esgotaram com seis meses de antecedência. As pessoas estão com vontade de participar nas coisas! O Carnaval do Rio agora recentemente esgotou os ingressos, algo que nunca tinha acontecido, o que mostra que as pessoas estão afim de participar nos eventos".
Falando em termos de inscrições, João Traven espera a presença de 40 mil corredores ao longo do fim de semana de provas, distribuídos entre os 5, 10, meia maratona e maratona. A prova de maior participação serão os 21 quilómetros, com 18 mil participantes, ao passo que a maratona terá 10 mil. De momento apenas estão abertas as inscrições para as provas de 5 e 10 quilómetros, que devem esgotar também muito em breve.
Para 2023, tendo em vista fazer a tal edição "memorável", o diretor da Maratona do Rio enaltece como grandes mudanças uns retoques no percurso, com passagens em partes mais largas, mas essencialmente uma melhoria do ambiente nos primeiros momentos de prova. Em causa as passagens por zonas mais urbanas que normalmente são pouco iluminadas, o que poderá ser um problema quando a prova começa ainda com a noite cerrada (o início é às 5 da manhã).
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