O Zé Manel partiu-me o pé e foi visitar-me ao hospital. “fiz-te um favor, agora tens aqui a cuidar de ti esta linda moreninha”, Disse, olhando para a enfermeira.
O tempo passa, mas os vícios e as posturas narcisistas e irracionais continuam. Ganhar a qualquer preço, mesmo que para isso seja necessário esquecer e pôr para trás das costas a racionalidade, a lisura de procedimentos e os valores que transmitimos aos nossos filhos e netos. Esse é o ‘pão nosso de cada dia’ de muitas da figurinhas do nosso futebol. Não interessa o jogo. Não interessa o espetáculo. Não interessa o que a indústria necessita para ser viável e rentável. Importante, é aparecer nas televisões e nos jornais. Importante, é a blasfémia e o mal dizer. Importante, é o seu ego.
Por tudo isto, e já o referi aqui, podemos ser tudo no futebol. Mas ser jogador é algo que nos acompanha por toda a vida. É um tempo e uma profissão que deixam para sempre uma nostalgia, uma saudade e um aperto no peito. Que não tem explicação. O que não daríamos, os que sempre sentiram e sentem a paixão pelo jogo, para poder voltar a calçar as chuteiras. Quando falamos, nós, ex-jogadores da bola, sobre esta questão, costumo dizer que dava tudo para voltar a sentir as emoções de um jogo a sério. Dos rituais repetidos no balneário vezes sem conta. Dum estádio cheio de gente entusiasta. De pegar na bola e tê-la só para mim. Para meu belo prazer e deleite. Dos dribles, das fintas, dos sprints. Do cheiro da relva. Das bocas uns aos outros. Do sorriso da vitória. Do êxtase do golo. Da equipa toda abraçada e junta, depois da bola bater no fundo das malhas, com gestos e coreografias infantis. Dos aplausos da multidão. Do barulho dos apupos e dos assobios. Das discussões com o árbitro. Do banho quente e retemperador, depois da ‘batalha’. Dos beijos à saída, da namorada ou da mulher. Para voltar lá, dava uns dedinhos. Um rim. O pâncreas ou a vesícula. Eu sei lá, dava quase tudo. Até para voltar a levar umas ‘porradas’. Mesmo aquelas que deixavam marcas e levavam à sala de operações. Mesmo aquelas dadas pelos nossos próprios amigos.
Corria a época de 1980/81. Tinha voltado do Famalicão para o Sacavenense. Jogo da 2.ª Divisão no emblemático pelado do Odivelas. No meio-campo adversário, jogava o meu amigo Mafra (Zé Manel). E que logo ao entrarmos em campo, me disse: "Toni, estás lixado. O mister Godinho mandou-me marcar-te homem a homem em todo o campo". Repliquei: "’Tás parvo ou quê! Vai mas é tentar jogar à bola, ó patetinha! Não inventes". "Então vais ver. Prepara-te para não tocares na bola", disse ele afastando-se a sorrir.
E quase que foi mesmo assim. Aos 7 minutos, deu-me uma trancada tal que não conseguia por o pé no chão. Ao intervalo, infiltração, e, no final, Hospital de Santa Maria, pé partido e bota de gesso até ao joelho. Passados dois meses, operação para fazer um enxerto ao pé, já que o osso não calcificava. Não joguei mais essa época.
O Zé Manel foi visitar-me ao hospital, levou-me jornais, revistas e chocolates. E disse, alto e a sorrir, ao entrar o quarto: "Eu não te disse que não tocavas na bola? E fiz-te um favor, agora tens aqui a cuidar de ti esta linda menina moreninha", piscando-me o olho e olhando para a enfermeira que me media a tensão). E continuámos amigos. Mesmo longe e com uma cicatriz no pé, continuamos amigos...
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