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Cada vez mais, e sempre foi assim, o poder político e o futebol tiveram uma relação de interesse. Uma relação de distância, quando isso interessava a ambas as partes. Por um lado, a desresponsabilização dos políticos ao não intervirem no desporto, para não ferirem suscetibilidades de amigos e conhecidos, e porque, assim, os dirigentes podiam fazer o que queriam. Por outro, quando havia benefícios de imagem ou votos, o divórcio passava a paixão e namoro, de forma a atingirem os seus objetivos. Passei por isso muitos anos, enquanto presidente do Sindicato de Jogadores, sempre lutando contra essa hipocrisia e trabalhando para a credibilização do futebol e dos jogadores.
Se a memória não me atraiçoa, foi em 1998 que o Sindicato de Jogadores do nosso país organizou em Lisboa o Congresso Anual da FIFPro (entidade internacional que engloba os sindicatos de jogadores de todo o Mundo e da qual tive a honra de ter sido vice-presidente executivo), no sentido de dar maior visibilidade ao jogador português e, ao mesmo tempo, fazer algum lóbi à nossa candidatura ao Campeonato da Europa de 2004.
No último dia, jantar de gala na Expo, marcaram presença as mais altas personalidades do futebol português e da política nacional. Entre os muitos convidados confirmados, estava o ministro adjunto do primeiro-ministro com a tutela do Desporto, o eng. José Sócrates. Transportámos os congressistas internacionais desde um hotel de Lisboa e, durante a viagem, recebi um telefonema de uma senhora com uma voz deveras irritada:
– É o doutor António Carraça que fala?
– É o António Carraça, já que não sou doutor.
– Fala a assessora do senhor ministro, para lhe transmitir que terá de informar já de seguida a comunicação social que o eng. Sócrates não vai ao jantar, nem nunca disse que iria. Já que estou a ver na televisão os diretos à porta desse jantar e todos dizem que o senhor ministro estará presente. Faça já isso, ouviu? – exigiu num tom desrespeitoso e autoritário.
– Com quem julga a senhora que está a falar? Eu não sou o eng. Sócrates. Acredito que o seu patrão não se sinta bem ao lado de jogadores e ex-jogadores de futebol e prefira viajar em jatos privados com outro tipo de pessoas. E fale a senhora à imprensa – respondi, desligando logo de seguida.
O Gordon Taylor, presidente da FIFPro e do sindicato inglês, sentado ao meu lado, estranhou o meu tom de voz e perguntou: "O que se passa, António? Algum problema?"
Rapidamente expliquei-lhe o telefonema e o porquê do meu anormal comportamento. Disse-me:
– É o mesmo em todo o lado. Estes políticos, só quando precisam de nós ou necessitam de votos ou de algum tipo de visibilidade é que se juntam à nossa classe. E estão sempre rodeados de medíocres. Vais ver o futuro deste ministrozinho e da sua assessora mal-educada.
O jantar foi um sucesso. Hoje, quando penso neste episódio e no encontro do então ‘senhor ministro’ com o Luís Figo antes das eleições e de tudo o que se tem passado agora na Operação Marquês, só posso dizer: "Gordon, parece que eras bruxo!"
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