NOS ANOS 70, 80 E 90 TODOS FOMOS CÚMPLICES DE UMA MENTIRA. HAVIA COQUETÉIS DE QUÍMICOS PARA TODOS OS GOSTOS, COM VÁRIAS FORMAS E VÁRIAS CORES
O flagelo do doping no desporto profissional continua. Vidé o que se passou com a Rússia. A ciência tem destas coisas. Deveria funcionar para ajudar na evolução da sociedade. Mas a espécie humana não é perfeita e encontra sempre soluções e caminhos para tirar mau proveito do conhecimento.
O futebol profissional, de há algumas décadas a esta parte, enveredou pela direção certa. Apostou em técnicos com o perfil indicado para trabalhar com seriedade. Criou mecanismos e organizações com meios para controlar e fiscalizar clubes, médicos, enfermeiros e treinadores de forma a dissuadir o uso de substâncias proibidas. Deu a conhecer informação, principalmente aos praticantes, do que acontece quando se utilizam fórmulas químicas para tentar ser "aquilo que não se é".
Esta realidade é diferente daquela que se vivia nos anos 70, 80 e até 90, quando o crime quase nunca era descoberto e involuntariamente todos nós, uns mais que outros, éramos cúmplices de tal mentira.
Lembro o calvário por que passavam alguns antigos colegas viciados em pílulas e comprimidos ‘milagrosos’. Eram coquetéis de químicos para todos os gostos, com várias formas e várias cores. Tomados antes, durante e após o jogo. Com vários objectivos.
Jogadores que tomavam para melhorar o rendimento desportivo. Jogo no Domingo, descanso à segunda, terça e quarta, treino à quinta, sexta e sábado. E assim era todas as semanas. Jogadores que tomavam para melhorar o desempenho sexual. Jogadores que tomavam mesmo lesionados, por pseudo e tola solidariedade, e para tentarem que os colegas tomassem para que houvesse prémio de jogo. Lembro, também, os esquemas orquestrados para que alguns destes nossos colegas não fossem apanhados na malha.
Conto um episódio. Fim de um jogo da 1.ª Divisão. Ganhámos em casa por 1-0 a uma equipa do ‘nosso campeonato’. Chega a informação de que há controlo antidoping. Sorteio e pânico nos jogadores controlados. Antes de ir para o posto médico, um dos ‘bombistas’ chega ao pé de mim e segreda-me:
– Toni, tens de me ajudar. Estou feito! Vou ser agarrado. Tomei duas ‘vitaminas’. Por favor ajuda-me...
E agora, perguntei-me. Que posso fazer? Pensei...
Naquele tempo, podia-se entrar no posto médico com bebidas já abertas para dar aos jogadores. A fiscalização e a logística eram pouco rigorosas. Às vezes, nada rigorosa. Foi a salvação do meu companheiro. Fui buscar uma garrafa de cerveja, despejei-a e verti nela a minha... urina. Entrei no posto médico com a garrafa de cerveja na mão e direccionado-a ao meu colega disse-lhe:
– Toma lá esta cervejinha para te despachares mais rápido e irmos jantar. Prova, que está fresquinha!
Já que não poderia colocar dúvidas ao controlador sobre o conteúdo da garrafa, o meu colega deu um pequeno golo naquele líquido ‘milagroso’ com um sorriso bem amarelado na face. Valeu a pena o sacrifício. Por aquela vez, estava safo. O desafio seguinte, seria saber se lhe tinha ficado de emenda. Não serviu. Continuou a fazer o mesmo e aos 29 anos teve de abandonar o futebol profissional.
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