Antigo atleta paralímpico destaca importância da ativade física na sua vida e espera servir de exemplo
Jorge Pina é um dos grandes exemplos dos efeitos positivos que o desporto pode ter nas nossas vidas. Da capacidade que a atividade física tem de ajudar a transformar a nossa vida e mantê-la no rumo certo. Agora com 46 anos, o antigo atleta paralímpico, que participou nos Jogos de Pequim (2008), Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016), tem uma associação em seu nome, que tem como principal propósito ajudar os mais novos a terem um propósito de vida e terem no desporto uma via de escape. Tal como aconteceu com o próprio Jorge Pina, que viu a sua bem sucedida carreira no boxe ser travada em 2004, depois de ter ficado cego no decurso de um treino para os Mundiais da modalidade. E foi aí que surgiu a corrida e, depois, a ideia de criar a referida Associação Jorge Pina.
"O desporto ajudou-me nas fases da minha vida, independentemente dos resultados e do que aconteceu na minha vida. Acho que dando oportunidades aos jovens, na inclusão de pessoas que vivem em zonas de risco, ou pessoas com problemas físicos e incapacidade, para praticar desporto é uma mais valia. O desporto é uma excelente ferramenta para a auto-estima, para a saúde física e mental. Agora que tanta importância se dá a este aspeto, acho que o desporto é o melhor remédio. Por isso criei um projeto depois de perder a visão. Agarrei no meu percurso de vida e implementei-o de forma a ajudar pessoas", começou por explicar a Record o antigo atleta, que se notabilizou no boxe - modalidade onde chegou a ser campeão nacional.
Mesmo perante os números de certa forma são assustadores em relação aos hábitos de atividade física dos portugueses, Jorge Pina vê pontos positivos. "Há alguns anos estávamos piores. Acho que tem aumentado com as maiores oportunidades. Dantes não se via ninguém a correr na rua ou mesmo provas de atletismo. Se formos ver, de há dez anos tem havido um aumento. Se calhar estamos longe do que queremos estar ou a comparar com outros países. Tem havido um avanço. Há muito a fazer, há modalidades que ainda não conseguem chegar ao target. Precisamos de desporto para todos. Acho que ainda temos de sensibilizar mais as pessoas da importância da atividade física, de tratar da parte externa mas também da parte mental e espiritual. Olhar para a pessoa como corpo e alma, daí a importância da atividade física", frisou.
Questionado sobre o que podia mudar, o antigo atleta aponta vários pontos a melhorar. "Educação desportiva, começar a educar os jovens e crianças para que no futuro possam dar importância a isso. Se crescerem com esses hábitos, se os educarmos nas escolas, da importância do desporto, se forem crescendo com o ensinamento de que é importante. Vai crescer, vão passar de geração em geração. O pai com hábitos, o filho com hábitos. Eu tive a sorte que alguém me amarrou, porque os meus pais não faziam desporto. Experimentei o futebol, râguebi, judo e apaixonei-me pelo boxe. Fui autodidata, foi uma forma inclusiva, de me envolver nas atividades, de arranjar um escape para fugir à marginalidade, para fugir às drogas. Tive a sorte de conseguir, apesar de ter vivido um período negligente, com drogas e álcool, o desporto foi a minha salvação e meteu-me no caminho certo. Quando perdi a visão o desporto foi a minha salvação para me encontrar. O desporto tem sido sempre assim na minha vida, sempre de mão dada. É no desporto que vou buscar a força, alegria e felicidade".
Aos 46 anos, Jorge Pina é um daqueles casos de atletas e ex-atletas que, simplesmente, não consegue estar sem um bom desafio pela frente. O próximo tem já data marcada. "Vou de Lisboa ao Vaticano de bicicleta, para assinalar as Jornadas Mundiais da Juventude. Com um percurso a parar em igrejas, sinagogas, mesquitas, a passar a mensagem da aceitação, da paz interior e exterior que todos precisamos de encontrar. A ideia é chegar em julho ao Vaticano, para depois voltar a Portugal antes do Papa chegar".
Mas antes, Jorge Pina vai estar na São Silvestre El Corte Inglés, uma prova na qual prontamente aceitou participar, de forma a juntar-se a uma festa que promete atrair milhares às ruas lisboetas no último dia do ano.
A 'sua' corrida
Para lá de ser apaixonado pela atividade física, Jorge Pina dá também nome à sua própria corrida. A edição deste ano aconteceu no início de outubro e juntou largas centenas no Parque Ribeirinho do Oriente. O balanço, confessa, foi "positivo". "As pessoas querem voltar a correr depois da pandemia. Vi muita gente, muitas crianças. A corrida foi num sítio espectacular. Foi positivo, é para continuar e para o ano será melhor ainda", garantiu.
Além da corrida, a Associação Jorge Pina conta também com uma academia muito bem apetrechada, com dois ringues de boxe, uma pista de tartan, uma box de cross fit, um espaço de cardio, sala de estudo, de formação e ainda um espaço para meditar. Tudo para que quem lá chegue tenha tudo para se manter ligado ao máximo ao desporto e também à sua formação.
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