Os últimos campeões

Os últimos campeões
• Foto: ANTÓNIO SIMÕES/LUSA

Faz hoje dez anos que uma Seleção portuguesa de futebol ganhou o seu último título. Em 2003, numa fase final disputada em Viseu, a Seleção Nacional de Sub-17 sagrou-se campeã da Europa depois de bater a Espanha, por 2-1, na final.

Dos jogadores dessa equipa, hoje quase todos com 27 anos, apenas cinco chegaram a internacionais A: João Moutinho, suplente nessa fase final, Miguel Veloso, Paulo Machado, Vieirinha e Hélder Barbosa. Dos restantes, alguns alinham em clubes da 1.ª Liga, mas outros quatro nunca chegaram ao escalão principal, casos de Pedro Freitas, Paulo Ricardo, Tiago Costa e Márcio Sousa, o craque dessa Seleção e autor dos dois golos na final com os espanhóis.

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António Violante, hoje responsável técnico pela Seleção de futebol feminino, era o treinador dos miúdos que bateram uma equipa do país vizinho claramente mais forte. Uma década depois, o técnico guarda na memória momentos de grande felicidade.

“A melhor recordação do Europeu de Viseu é relativa à final, claro, por ganharmos à Espanha, uma seleção mais forte do que a nossa. Apesar de ser esse o adversário, fizemos um bom jogo na final e ganhámos com toda a justiça”, começa por dizer.

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O facto de Portugal não ter disputado a fase de qualificação, por ser o país organizador da fase final, não beneficiou em nada a nossa Seleção. “As expectativas em relação à nossa equipa não eram muito elevadas. Realizámos alguns jogos particulares, de preparação para o Europeu, mas os resultados não foram bons, sofríamos sempre golos no início e não recuperávamos. No entanto, na fase final, a campanha foi excelente. Ganhámos o nosso grupo e na meia-final, contra uma Inglaterra muito forte, conseguimos empatar mesmo no fim e ganhámos nas grandes penalidades”, conta o técnico.

Jovens talentos

António Violante é sincero quando recua dez anos para analisar o valor individual desses miúdos de 17 anos. “Era difícil prever nessa altura. Conseguimos perceber quem são os melhores tecnicamente ou os mais inteligentes em campo, mas já sabemos que muitos não vão triunfar. No final dos torneios das associações, entre seleções regionais, dizia-lhes que poucos iam chegar à Seleção Nacional mas muitos podiam ser profissionais. No entanto, avisava-os logo: vai ser complicado, é uma carreira de alto risco”, recorda.

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O técnico individualiza mesmo o caso mais flagrante, o de Márcio Sousa, na altura vedeta nos juvenis do FC Porto e herói da final. Hoje é capitão do Tondela, na 2.ª Liga, mas passou várias épocas nos escalões inferiores. “Era um dos mais talentosos dessa geração. Não vou dizer que era o meu preferido pois gostava de todos eles, mas era um craque. Às vezes não seguem pelo melhor caminho, não têm sorte ou desperdiçam o talento. Está na 2.ª Liga mas penso que poderia muito bem estar na 1.ª e ainda tem tempo para lá chegar. Um jogador atinge o auge aos 28, 29 anos, o Márcio ainda pode dar o salto”, antevê.

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