Pai é treinador do filho nos sub-16 de Aveiro e assume: «Não é uma posição fácil»

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Mário Matos orienta o rebento Afonso pela primeira vez numa competição oficial

Mário Matos e o filho Afonso vivem uma situação curiosa na Festa do Basquetebol. O técnico, de 47 anos, orienta os Sub-16 de Aveiro, onde o rebento é um dos jogadores do plantel. Algo que confessa não ser fácil de digerir.

"Não é uma posição fácil, porque temos de distinguir o pai do treinador e, muitas vezes, há o sentimento de pai, que é muito forte. Por isso, às vezes, torna-se um bocado complicado. Mas penso que na altura do jogo e no treino abstraio-me dessa situação de pai e é fácil treinar com o Afonso", refere Mário Matos a Record. 

É a primeira competição oficial em que pai e filho se cruzam na mesma equipa, ainda que não seja a primeira vez que Mário treina o seu descendente. É que ambos representam a Oliveirense e Afonso já chegou ir a alguns treinos dos sub-18, onde o pai é o treinador. Em Albufeira, Mário Matos assiste aos jogos do filho ainda mais perto da quadra e deixa uma certeza: "Sofre-se mais na bancada, porque no jogo não é ele que está sozinho e, portanto, o contexto é muito grande e tem muitas variáveis. É mais fácil para mim libertar-me da situação de pai e sou mais treinador. Na bancada sou pai e sinto mais."

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Desde os três anos que Afonso Matos está habituado a conviver com uma bola de basquetebol. Seguiu as pisadas do pai e não quer parar por aqui. "Tinha três anos quando comecei a jogar basquetebol, mas foi influência do meu pai. Sabia que jogava basquetebol, decidi experimentar e desde início que gostei. Espero seguir as pisadas dele", frisa o jovem jogador, que não vê problemas em ser orientado pelo progenitor: "Não há muita diferença, porque em campo costumo tratá-lo como treinador e não como pai. Dentro de campo não tem muita influência ser treinado pelo meu pai."

Apesar de ambos terem a mesma paixão pelo basquetebol, Mário Matos garante que não há semelhanças entre os dois dentro das quatro linhas. "É diferente, ele é mais inteligente a jogar e eu era mais físico. Gosto mais do jogo dele do que do meu jogo na altura", frisa o técnico, que está de regresso a Albufeira, depois de ter participado pela primeira vez na Festa do Basquetebol no ano passado, a qual diz ser uma "experiência muito enriquecedora" para os mais novos: "Vemos uma evolução muito grandes nos miúdos, em termos de maturidade, da forma de estar e até de ver o basquetebol nestes cinco dias de Festa."

Por não ser um 'novato' neste evento, Mário Matos deixa um conselho, que diz também já ter falado com o filho. "Responsabilidade. Penso que se eles forem responsáveis, conseguem tirar muito sumo desta participação e depois é divertirem-se ao máximo e aproveitarem as indicações dos treinadores", realça, destacando ainda a importância de "ver jogos que não teriam possibilidade de ver noutras circunstâncias, até para perceberem que precisam de trabalhar muito".

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Já para Afonso Matos esta é a primeira experiência neste evento, pelo que não foi fácil conter o entusiasmo antes de rumar ao sul do país. "Estava um bocado mais ansioso do que o normal, porque sabia que ia gostar de estar aqui a representar o meu distrito e divertir-me muito", confessa, contando depois as primeiras emoções vividas hoje numa Festa que "está a ser divertida". "Fora de campo tenho gostado mais do convívio entre seleções diferentes e mesmo entre a nossa delegação. É muito importante fora de campo, para descansarmos a cabeça do basquete", termina.

Por Rafael Franco
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