Luís Montenegro diz que "Governo deu resposta" mas admite "situação grave, inédita e inesperada"

Luís Montenegro
• Foto: Lusa

Luís Montenegro fez o ponto de situação numa altura em que a eletricidade começou a ser reposta em várias zonas do país, nomeadamente em Lisboa.

"Tomámos conhecimento hoje pelas 11:33 da manhã de um apagão generalizado na rede nacional elétrica que teve origem fora do nosso território, muito provavelmente em Espanha. De imediato, constituímos um gabinete de crise no Governo que se concentrou na situação, que foi e ainda é grave, inédita e inesperada. A prioridade foi responder às situações mais críticas e urgentes, a começar pelos hospitais, como ajudar as pessoas mais afetadas. Acionámos todos os procedimentos para reativar os grupos geradores nacionais, na Tapada do Outeiro e em Castelo de Bode para restabelecer o fornecimento da eletricidade. No plano operacional, concentrámos a coordenação na Célula de Crise do SSI e no Centro Coordenador Operacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Também o Sistema de Informações da República portuguesa, as Forças Armadas, a Direção Executiva do SNS e o INEM constituíram Gabinetes de Crise para o acompanhamento permanente e articulação com o Governo. O Conselho de Ministros está reunido de forma permanente desde as 13 horas em mode de gestão de crise e assim continuará. Estive em contacto com o Sr. Presidente da República, tive a ocasião de falar com o líder do maior partido da oposição, a Presidente da Comissão Europeia, o Presidente do Conselho Europeu e o Presidente do Governo espanhol, agradecendo desde já a colaboração e partilhar de informação", refere.

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E continuou: "Não foi possível realizar a reunião que queríamos promover na Assembleia da República por não termos conseguido estabelecer contacto com as representações parlamentares. Mantivemos também contacto permanente com a REN, que é responsável para garantir o transporte da eletricidade em Portugal. O Conselho de Ministros decretou a situação de Crise Energética, o que possibilitou que durante todo o dia fossem tomadas medidas de afetação prioritária de fornecimentos a serviços essencias. O Governo acompanhou a manutenção do fornecimento de energia de todos os serviços e entidades críticas, prioritárias e essenciais, tais como na área da saúde, os hospitais, os órgãos de soberania, as forças de segurança, as telecomunicações, os transportes, a justiça, os órgãos de comunicação social nacional, a grande distribuição alimentar, entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e o sistema de pagamentos eletrónicos."

"Instruímos os distribuidores de combustível para garantirem o abastecimento aos referidos serviços críticos essenciais, de forma a assegurar o funcionamento de todos os geradores para que todos estes serviços tivessem a sua atividade. Indicámos à REN os destinatários prioritários para o restabelecimento do serviço elétrico, designadamente os hospitais. Em toda a rede de transportes procedemos, até às 12 horas, à evacuação dos passageiros retidos, nomeadamente nos Metros de Lisboa e do Porto. Na Travessia do Tejo, foram dadas instruções para o transporte gratuito enquanto houver passageiros para transportar. A ANAC (Autoridade Nacional de Aviação Civil) autorizou, a pedido do Governo, todos os voos noturnos para recuperar em relação aos atrasos."

"O Governo, em atuação com a Proteção Civil e com a ANA Aeroportos, está a tomar todas as diligências para assegurar o apoio necessária à alimentação e às necessidades mais urgentes de todos os passageiros que se encontram no Aeroporto de Lisboa. Demos também indicações às escolas do pré-escolar e do 1.º ciclo para que as crianças permanessem nas suas instalações até à chegada dos pais. Apesar de todas as adversidades resultantes de uma crise, repito, inédita, os serviços essenciais mantiveram-se em funcionamento e o Estado revelou capacidade de resposta. Eu próprio desloquei-me à REN e reuni-me com os seus responsáveis para inteirar-me do trabalho em curso para o restabelecimento do fornecimento de energia. O abastecimento está a ser reposta gradualmente, tal como os portugueses e portuguesas estão a verificar. Em muitas regiões do País, a eletricidade já foi restabelecida, sendo expectável que do ponto de vista do território haja um restabelecimento integral nas próximas horas", acrescentou o primeiro-ministro. 

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"A demora na retoma pode eventualmente, talvez não seja o caso, ser superior em Portugal àquilo que está a acontecer em Espanha porque ao contrário da possibilidade que a Espanha tem, de ter interligações com outros países, nomeadamente a França e Marrocos, nós em Portugal estamos exclusivamente ligados a nível externo com Espanha, que é o país afetado connosco. Quero finalmente enaltecer a compreensão, a seriedade e o sentido cívico que os portugueses estão a demonstrar nesta circunstância extraordinária. Expresso em particular um enorme apreço pelo trabalho das nossas forças de segurança e por todos os funcionários do serviço do Estado, que têm desde a primeira hora estado na linha da frente da reação operacional aos mais variados desafios que se têm colocado e também aos que fora da esfera do Estado nos têm auxiliado. Desde logo na distribuição de combustível, mas também na gestão do trânsito, passando pela crise nos hospitais, em lares e nas escolas."

"Apelo a todos, em nome do Governo, que mantenham essa serenidade e o pleno respeito pela Ordem e pelas orientações dadas pelas forças de segurança até termos o restabelecimento geral de toda esta situação. Reitero também que todos façamos um esforço de moderação nos consumos que de alguma maneira estejam relacionados com a eletricidade e também para sermos prudentes faça à desinformação que está em curso. Estamos com total foco na garantia do pleno restabelecimento do abastecimento elétrico. Não é tempo de balanço, mas já estamos a trabalhar com a REN para reforçar a capacidade de prevenção e resiliência de forma a evitar ocorrências como esta."

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