José Manuel Aira: «Gosto muito do Ruben Amorim, tanto no Sporting como no Man. United»

• Foto: Penafiel

Com três vitórias, dois empates e dois desaires nos primeiros jogos ao serviço do Penafiel, José Manuel Aira tem tentado ideias diferentes do seu sucessor, Pedro Russiano, para dar uma boa resposta numa equipa que já há muito milita na 2ª Liga. 

Em entrevista à Liga Portugal, através da rubrica Homem do Leme, o técnico espanhol explicou as premissas ideiais para ser bem sucedido como treinador.  "Ordem, tem que haver. A minha família diz-me que sou, talvez, demasiado ordenado, mas não consigo trabalhar sem ter as coisas ordenadas. Se vejo muita desordem, tenho que organizar as coisas e depois é que vou trabalhar", referiu José Manuel Aira, de 49 anos, revelando que a sua equipa, por norma "treina à segunda-feira após o jogo" e só depois é que tem um dia de recuperação. 

Qual foi o jogador mais impressionante com quem já trabalhou? "Um jogador incrível que, se tivesse uma maneira de trabalhar mais sacrificada, tinha sido duas ou três vezes Bola de Ouro. O Djalminha, foi o jogador com mais talento natural que tive o prazer de jogar. Mais do que o Rivaldo ou outros jogador."

Treinadores de referência. "Muitos, mas ficaria com o Luís Enrique. Guardiola, sem dúvida. Klopp. Portugueses, Mourinho, porque tem coisas de que eu gosto. Gosto muito do Amorim, tanto no Sporting como no Manchester United, e Xabi Alonso, que me está a chamar à atenção."  

Um hábito ou método. "Paixão, exigência, ordem e autocrítica. Creio que essas quatro palavras definem um pouco o que sinto da minha profissão. Se falarmos em mais profundidade, há mais coisas. Mas isso define-me como treinador, tal como a convencer os jogadores das minhas ideias e como enfrento o meu dia. É a chave do sucesso? No meu caso, creio que sim, depois há que entrar no jogo,, que é algo mais amplo. não é sempre a mesma coisa, há muito que muda. Mas este é o ponto de partida."  

Mudança desde que começou a ser treinador. "Um treinador está a mudar a cada semana, à procura de algo novo, porque somos muitos treinadores, cada vez mais preparados e ser treinador, há 15 anos, tens que estar a mudar. Senão vem outro que o fará por ti. Sou mais tranquilo na altura de analisar o jogo do que há 10 anos. Tenho mais capacidade para convencer o jogador a ser melhor. Cresci em micro detalhes para melhorar o jogador. E agora, a enfrentar treinadores portugueses, porque acho que estão no top mundial. Portugal e Espanha são os melhores. Ver estas equipas vai dar-me outra visão."

Barreira do idioma é uma dificuldade? "Para mim não, pelo menos em Portugal. Tive mais problemas na Croácia com o inglês, porque antes era pior, e em França, porque não falava francês. Aqui não, vinha sempre muitas vezes aqui e tinha a sorte de ter muitos colegas portugueses."

Consegue ter tempo livre fora do futebol? "É difícil para um treinador desconectar-se do jogo, mas gosto de fazer outros desportos, como ginásio, jogar padel e ir correr. Nos últimos dias da semana, com quase tudo já pronto, gosto de buscar um espaço para ir correr ou jogar padel. Aí sim, vejo-me livre do trabalho."

Tem alguma superstição? "Não tenho muitas, tinha mais como jogador. Quando a equipa vai para o aquecimento, gosto de estar sozinho durante 10 minutos. Dá-me tranquilidade. Nesse momento gosto de visualizar o jogo, para perceber tudo, preparando-me para o que vai acontecer."

Por João Albuquerque

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