AF Braga vai a votos com candidaturas em polos opostos

Associação de Futebol de Braga
• Foto: AF Braga

Os clubes filiados na Associação de Futebol de Braga, a terceira maior do país, atrás de Lisboa e Porto, vão eleger o presidente para os próximos quatro anos esta sexta-feira, num ato eleitoral disputado por duas candidaturas. Vice-presidente na direção de Manuel Machado, que apresentou a demissão no mês de julho, Miguel Azevedo tem a oposição de Pedro Sousa. As duas listas apresentaram os respetivos programas nas últimas semanas, mas nos últimos dias os ânimos aqueceram com a troca de acusações.

A lista A, do candidato Miguel Azevedo, revelou esta quinta-feira “a mais profunda preocupação e repúdio relativamente às interferências políticas” que no seu entender “têm vindo a manchar o normal decurso do processo eleitoral”. De acordo com aquela candidatura “nos últimos dias, assistimos a presidentes de câmara, vereadores, chefes de gabinete e assessores a tentar condicionar os nossos clubes, recorrendo ao pagamento de jantares e a promessas de apoios e benefícios futuros como moeda de troca para influenciar votos.” Prática que considera ser “inaceitável” e que “fere gravemente os princípios da autonomia associativa e constitui um ataque direto à liberdade de decisão dos nossos clubes.” De resto, acrescenta: “Este plano de ingerência foi orquestrado por um deputado da Assembleia da República, presidente da Concelhia do PS de Braga, candidato a vereador na Câmara Municipal de Braga e candidato à AF Braga que foi coadjuvado por outros políticos alguns diretamente envolvidos no chamado “processo Tutti Frutti”. Esta atuação é particularmente grave, porque associa práticas de condicionamento político a figuras que já estão a ser alvo de processos por alegadas redes de influência. A ingerência dos políticos neste processo configura um perigoso regresso ao passado, a uma época em que os decisores políticos controlavam as instituições desportivas, minando a sua independência e instrumentalizando-as para fins alheios ao desporto. Este retrocesso é incompatível com os valores de transparência, meritocracia e democracia que devem nortear o futebol distrital.”

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Nos últimos dias, a lista B, de Pedro Sousa, também tinha passado ao ataque à candidatura oponente, que assenta na base da direção cessante. Aquela lista tinha lamentado que na última assembleia geral participaram apenas quatro dos 217 clubes filiados. “Mais de 98% dos Clubes não participaram. Este dado, só por si, diz muito sobre o estado atual da AF Braga - uma estrutura apagada, distante e desligada da realidade e das necessidades dos seus Clubes. Esta ausência massiva é o reflexo de uma relação marcada pela falta de proximidade, pela inexistência de escuta ativa e pela ausência de uma verdadeira parceria entre a Direção e aqueles que têm de ser o centro da sua ação: os Clubes.”

Na mesma nota, a candidatura de Pedro Sousa denunciou “um cenário mais nebuloso, grave e preocupante. No passado dia 20 de agosto, celebrou-se, sem discussão nem deliberação em reunião de Direção - de forma atamancada, irregular e ilegal - de um acordo de venda do naming da Pro-Nacional - “Liga bigONE Pro-Nacional” - por valores muito abaixo do mercado, inferiores, até, aos obtidos por várias Associações congéneres de muito menor dimensão. Este processo, conduzido de forma unilateral pelo Presidente da AF Braga e pelo Vice-Presidente, ora candidato a Presidente, nas costas dos Clubes e sem o seu envolvimento, é lesivo dos interesses da AF Braga e das suas coletividades. Mais uma vez, fica bem claro que, para a atual Direção, os Clubes existem apenas para pagar inscrições, taxas, multas e coimas, e não para serem, como devem, e têm de ser, o pilar central do ecossistema do Futebol Distrital.”

A Assembleia Geral eleitoral para os Órgãos Sociais da Associação de Futebol de Braga realiza-se esta sexta-feira, entre as 17h30 e as 21h30, no auditório da Associação.

Por Bruno Freitas
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