João Carlos: «Fui o rei dos pelados e vivi aqui muitas alegrias»

João Carlos: «Fui o rei dos pelados e vivi aqui muitas alegrias»
• Foto: Amândia Queirós

Hoje com 61 anos, João Carlos, o jogador da história dos tigres com mais jogos disputados na 1.ª Liga, todos os dias olha para o que resta do estádio do clube. O seu café, muito popular, fica do outro lado da rua! “Foram 19 épocas no Sp. Espinho, dos 14 aos 34 anos”, faz questão de referir a Record. “Quando deixei de jogar, em 1987, subimos de novo à 1.ª Divisão”, informa ainda.

João Carlos era médio e ficou conhecido como o “rei dos pelados”. “O nosso campo só foi relvado em 1983, até aí era um pelado e não era fácil jogar nesse tipo de terreno, sobretudo quando chovia”, faz notar. “Como tinha capacidade técnica, os jornais diziam que eu era o rei dos pelados, o que sempre entendi como um elogio que ainda hoje os mais antigos me fazem”, são ainda palavras do antigo médio dos tigres da Costa Verde.

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“Vivi grandes momentos neste clube, onde venci algumas vezes o Sporting e o FC Porto, sim; o Benfica também, mas só uma vez”, recorda quem tem espalhados pelo seu café alguns símbolos benfiquistas, para além de muitas fotografias que ilustram uma carreira riquíssima.

“Cheguei a ter propostas para sair, mas fui ficando sempre; uma vez foi o Marítimo que me seduziu e até tinha tudo tratado para ir para a Madeira. Acabei por ficar... porque gostava muito do meu Espinho”, recupera do seu baú de memórias. “Hoje o Sp. Espinho está muito diferente, joga na 3.ª Divisão, é último classificado da sua série e o estádio está nestas condições que dão pena”, acrescenta, abandonando por uma vez um sorriso contagiante.

João Carlos chegou a jogar com Manuel José e foi treinado por ele. “O Manel não nasceu aqui, mas vive cá há muitos anos, foi um grande companheiro e um grande treinador que tive, mas tinha azar quando defrontava o Sp. Espinho, pois perdia sempre”, conta, regressando ao seu registo normal.

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Como vem aí o Sporting, pedimos ainda a João Carlos um conselho para dar aos jogadores comandados por Calica. “Garra e sorte porque, apesar da diferença de valores, tudo pode acontecer no futebol”. Está entregue.

Manuel José: «É uma dor na alma»

Manuel José fala do passado do Sp. Espinho com entusiasmo e num tom elogioso, mas assim já não acontece em relação ao futuro do clube. O treinador não crê que esteja próximo um “fim anunciado”, mas realmente não vê uma “luz ao fundo do túnel” e, por isso, é com grande pesar e também “uma dor na alma” que se refere a “um emblema marcante” na sua carreira. “Joguei lá dois anos e fui treinador durante quatro. Tenho uma relação muito forte com o Sp. Espinho e não é fácil falar do que está a acontecer, porque não quero crer que este seja um caso igual ao do Salgueiros, Campomaiorense, etc...”, diz o treinador, aquele com mais jogos pelos tigres da Costa Verde.

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Esta consideração de Manuel José tem por base o presente do clube e a constatação de uma realidade até há bem pouco tempo desconhecida. “Só agora, desde que me estabeleci em Espinho definitivamente, é que tomei consciência de todos os problemas. Vejo pessoas a juntarem-se para ajudar o clube mas, até agora, não vi ninguém a fazer coisa alguma”, constata Manuel José, contactado pelo nosso jornal.

Estádio degradado

Só se o Sp. Espinho recebesse o Sporting – em jogo da Taça – no Comendador Manuel Violas é que Manuel José, de 68 anos, ponderava ir ao estádio. Assim, esse cenário nem está em equação, como o próprio explica. “Ir ver o encontro à Feira não me diz nada... Mas o que é certo é que o complexo do clube não tem condições para receber um jogo desta importância. Por isso, à partida será mesmo assim”, afirma o técnico, sem dúvida de que o Sp. Espinho não tem capacidade para eliminar os leões.

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“No futebol tudo é possível, mas eu não creio que isso possa sequer acontecer. A época passada estiveram quase a descer aos campeonatos distritais e agora estão no último lugar. É uma pena, enfim...”

Eliseu: «Custa ver isto assim...»

Eliseu jogou nove épocas seguidas no Sp. Espinho e é o 8.º jogador da história do clube com mais jogos na 1.ª Divisão, tendo aí apontado três golos, apesar de ser lateral. “Fui também campeão nacional da 2.ª Divisão e estive naquela equipa que na época 1987/88, sob o comando de Quinito, conseguiu a melhor classificação de sempre na 1.ª Divisão: um 6.º lugar”, refere com um brilhozinho nos olhos. “Foram anos riquíssimos que aqui passei, com muitas alegrias e com algumas tristezas, como aconteceu quando perdemos uma finalíssima de promoção com o Salgueiros”, recorda quem hoje dirige uma academia de futebol que tem 14 equipas a rolar. “Custa a todos os espinhenses ver o nosso estádio assim, mas choca mais ver o clube no 3.º escalão do nosso futebol”, salienta o lateral que até marcou um golo ao Sporting ao serviço dos tigres, numa partida que terminou com a vitória do Sp. Espinho por 3-1.

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Rodrigo Santos: «Já estamos a treinar penáltis»

Os tigres da Costa Verde vão voltar, muito em breve, a defrontar uma equipa grande, assim determinou o sorteio da Taça de Portugal. Mas o Sporting não poderá ser recebido no Manuel Violas e, por isso, o jogo irá realizar-se em Santa Maria da Feira, no Marcolino de Castro. Rodrigo Santos, o presidente do clube, entende que este jogo “é uma prenda de aniversário que vai fazer renascer a história”. Mas considera que as hipóteses dos tigres são “remotas”. Mesmo assim, avisa: “Já sei que o nosso técnico está a treinar grandes penalidades, e levar o Sporting ao prolongamento já seria para nós um grande feito.

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