Empresário esteve presente na segunda sessão do julgamento da 'Operação Malapata'
A 2.ª sessão do julgamento da 'Operação Malapata' realizou-se esta quinta-feira, no Porto, um processo onde estão incluídos oito arguidos de natureza individual e coletiva. O empresário César Boaventura é um deles, sendo acusado de 10 crimes, que incluem fraude fiscal, branqueamento e extorsão de capitais.
Nesta sessão, que contou com várias testemunhas relativas à investigação do caso, detalharam-se algumas das situações nas quais o empresário está acusado de participar. A primeira testemunha foi um inspetor-chefe da Polícia Judiciária que acompanhou todo o processo de investigação, no qual se incluíram buscas, escutas telefónicas e investigação de contas bancárias.
Em tribunal, o inspetor detalhou a forma como o empresário obtinha a maioria do seu rendimento, sobretudo através de pedidos de capital a alguns clubes. A expectativa seria a de intermediar transferências através de promessas contratuais, cedência de direitos de imagem e a eventual aceitação do jogador vir a assinar por determinados emblemas. Como exemplos, o inspector enumerou a falsa representação de Luca Waldschmidt na transferência para o Benfica e a representação de Houssem Aouar, na altura a atuar no Lyon, onde o inspetor declarou que foi "pedido um valor de 20 mil euros" aos clubes para eventuais exames médicos em Manchester, os quais nunca vieram a existir, porque alegadamente César Boaventura nunca representou o francês.
Outros dois inspetores da Polícia Judiciária envolvidos diretamente nas investigações prestaram depoimento sobre as eventuais escutas telefónicas e buscas nas casas do empresário, referindo as ligações do empresário com Marco de Carvalho, ao qual este pediu dinheiro para formalizar transferências de nomes como Gedson Fernandes ou Aouar. Nas escutas, os inspetores dizem ter sido revelado que as contas da empresa de Paulo Romeu Torres, outro dos arguidos presentes, foram utilizadas para a movimentação dos capitais referentes a esses casos específicos.
Foi indicado pelas testemunhas que, "durante 2020 e 2021", foram realizadas várias escutas telefónicas em tempo real e que, de facto, existiam ligações de César Boaventura com vários jogadores. No entanto, todo o dinheiro pedido para mediar transferências era utilizado para meios pessoais e não para o que era efetivamente pedido.
Faturas falsificadas e contas relativas a empresas canadianas e inglesas também estiveram em análise, pelo que se descreveu um "valor auferido de meio milhão de euros" atribuido a César Boaventura na transferência de Mika para o Boavista. À altura, o capital esteve dividido entre diversas contas espalhadas por empresas, como a Spartacus, detida pelo empresário, e outra empresa com sede no Canadá, detida por José Lima.
Ainda sobre as faturas, em 2021, César Boaventura terá solicitado um comprovatido referente a uma transferência de dinheiro, enviado para a conta de Ramiro Viana, outro dos arguidos. Isto foi descoberto na apreensão do computador pessoal do empresário pela investigação da Polícia Judiciária. O destinatário final de todo o rendimento seria então Boaventura. Nenhuma destas transações foram declaradas pelo empresário às finanças, prontamente confirmadas, em testemunho ao tribunal, por um oficial da Autoridade Tributária.
Segundo a PJ, existe também um documento relativo ao pai de Leonardo Buta, onde consta que recebeu um pagamento de uma quantia referente à cedência de direitos de imagem e aos direitos de transferência do filho a César Boaventura. Tal documento veio a provar-se falso. O mesmo se passou com o pai de Tomás Araújo que, num documento semelhante, diz ter recebido uma quantia pela transferência do filho. As investigações concluíram que os documentos são falsos e que os referidos não estavam a par de qualquer declaração.
Após decidir não se pronunciar na sessão anterior, no dia 25 de setembro, César Boaventura também não falou ao tribunal ou aos jornalistas nesta 2.ª sessão. A próxima sessão do julgamento ficou marcada para dia 12 de outubro, também uma quinta-feira.
Ass: J.A.
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