Vasco Seabra relativiza momento do Benfica: «Eleições são um problema deles...»

Arouca de Vasco Seabra defronta seis adversários na pré-época
• Foto: Lusa/EPA

No lançamento do Benfica-Arouca, esta sexta-feira, o treinador dos lobos foi confrontado com a possibilidade de este ser um bom momento para defrontar os encarnados, que vêm de uma pesada derrota na Champions, contra o Newcastle, por 3-0, e vão estar, amanhã, dia de jogo, em processo eleitoral. No entanto, Vasco Seabra relativizou esses alegados problemas do adversário, pois quer a sua equipa em estado de alerta máximo.

"Sabendo que vamos enfrentar um adversário difícil, as eleições é uma coisa que nos passa ao lado, não temos nada a ver com isso, por isso é um problema que é do Benfica, nós focamos naquilo que controlamos. Analisámos o Benfica, analisámos aquilo que é o seu processo de jogo, é uma equipa recheada de bons valores, um treinador que é a maior referência de todos nós, e de mim em particular, um treinador cheio de experiência e de capacidade para aquilo que está a fazer. Sabemos que vai ser um duelo muito difícil, mas onde nós nos queremos bater, onde nós queremos desafiar-nos a estar sempre no nosso limite, a procurarmos aquilo que são as fragilidades do Benfica, a procurarmos reforçar a nós mesmos aquilo que são as suas forças, por isso, nessa perspectiva, mas com entusiasmo para fazermos um bom jogo", reagiu o treinador do Arouca.

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E prosseguiu com ambição máxima, falando de vários temas da atualidade do Arouca, revelando, por exemplo, que Mateo Flores e Matías Rocha serão baixas por lesão.

Jogo na Luz: "Entusiasmo, foco, muita ambição de podermos voltar à competição da Liga. Entusiasmados por aquilo que fizemos em Portimão, ou seja, após a paragem fizemos um bom jogo, um jogo muito difícil contra um adversário muito exigente, que nos colocou à prova e no qual conseguimos dar sequência, passar dentro dos 90 minutos, por isso foi muito importante para nós, equipa a competir também de forma muito positiva. Por isso, alegria por voltarmos a competir, paixão pelo jogo, um entusiasmo muito grande por enfrentarmos um bom adversário, onde nós queremos estar também ao nosso melhor nível, a nossa capacidade queremos demonstrá-la, aquilo que nós somos enquanto equipa, a nossa identidade, irmos para o jogo sabendo que vamos passar muitos momentos de dificuldade, mas queremos também ter os nossos momentos de felicidade e queremos ter os nossos momentos de mostrarmos aquilo que nós valemos e aquilo que somos individual e colectivamente. Sentimos que somos uma equipa que temos vindo a crescer semana após semana e, portanto, esta fase em que houve a paragem, regresso para a Taça, dá-nos a perspectiva e a expectativa de podermos fazer um bom jogo contra um bom adversário e podermos levar o jogo sempre para competirmos no nosso limite."

Ambiente tenso: "Estarmos a olhar para uma equipa como o Benfica e estarmos à espera de que o ambiente os possa perturbar, são jogadores da dimensão altíssima que têm a obrigação e a preparação de estar perante adversidades num nível muito alto. Nós também vamos jogar contra 65 mil adversários e, portanto, também vamos com essa expectativa e com essa força e com essa forma de olharmos para dentro e de olharmos muito para o Arouca. Nós olhamos muito para nós mesmos, olhamos muito com a expectativa daquilo que somos capazes de fazer. No ano passado é um facto que fizemos um excelente jogo na Luz e onde trouxemos um ponto, este ano gostávamos de conseguir fazer uma excelente exibição e trazermos três pontos, essa é sempre a nossa expectativa, a nossa intenção antes do jogo começar. Aquilo que se vai passar no jogo vamos ter que ser nós a provocar esses mesmos desequilíbrios no Benfica, porque a forma como o Benfica vai entrar vai ser muito forte, de certeza, quer puxar o público para o seu lado. Nós, por outro lado, sabemos que queremos anular isso, por isso temos que meter a nossa ambição, temos que ser corajosos, temos que jogar para a frente, temos que querer chegar à baliza do Benfica. Essa é a nossa identidade, é o nosso padrão, é aí que nos vamos focar e é onde vamos estar.”

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Arouca no limite: "Relativamente àquilo que é a estrutura do Benfica, eu penso que será dentro daquilo que tem sido também a evolução nos últimos jogos, daquilo que o José Mourinho tem vindo a trazer para a equipa, sabendo que vai ser uma equipa que quer dar uma resposta forte àquilo que aconteceu no último jogo, o próprio treinador disse isso, o próprio José Mourinho disse isso no final do jogo. Nós sabemos que vamos enfrentar uma equipa fortíssima, com muita qualidade individual, recheada de valores que custaram milhões, portanto, penso que não há desculpas nem para um lado nem para o outro. Vai ser um jogo onde vamos ter que competir ao máximo, meter a nossa energia, a nossa aura no limite, para podermos chegar ao jogo e competirmos e olharmos para o jogo com essa capacidade que temos para nos bater.”

Derrotas com Sporting (6-0) e FC Porto (4-0): "Gosto sempre de analisar as coisas no meu melhor, quando a gente faz muito bem as coisas, ou quando a gente faz as coisas menos bem. E procuro ter esse equilíbrio para que nós possamos manter-nos nem em euforia, nem em depressão, ou seja, para manter-nos equilibrados, porque o processo é aquele que a gente procura e aquele que a gente idealiza. A verdade é que, tenho que admitir que parece um chavão, mas é verdade que nós, nas frustrações, acabamos por, muitas vezes, tirar delas ilações e aprendizagens muito maiores do que quando estamos num momento de euforia. É verdade que sofremos derrotas mais pesadas do que aquilo que é o nosso habitual, mas também nos serviram de grande aprendizagem e, naturalmente, não queremos fazer igual. Nós fizemos um jogo muito completo no Sporting até o momento da expulsão, que foi cedo, é verdade, foi aos 30 minutos, mas ficamos a jogar com um jogador a menos. Nesse momento, o Sporting também faz golo de penalti e aí desequilibra um pouco o jogo, mas senti sempre que a equipa manteve um padrão de identidade muito claro. No jogo contra o FC Porto foi exatamente ao contrário, nós tivemos muito bem até o momento em que ficámos com um jogador a mais. Foram aprendizagens diferentes, mas em que nos dois jogos tivemos coisas muito boas também para retirar e coisas menos boas que pudemos corrigir. Portanto, este será um novo desafio, um novo adversário, muito grande e muito forte, em que nós queremos aplicar essa aprendizagem que trazemos dos outros jogos e, naturalmente, trazermos pontos, se possível, os três, para que essa seja também a nossa marca."

Mexidas depois da boa resposta com o Portimonense: "Em relação às mexidas na Taça, é verdade, são boas dores de cabeça. Felizmente, a equipa provocou-me individualmente dúvidas para este jogo. A semana de treinos voltou a colocar-me dúvidas, por isso, a este dia, ainda não sei qual é o onze que vai iniciar amanhã, ou melhor, provavelmente está na minha cabeça, mas também não vai ser divulgado já. É bom sinal, porque nos deixa preparados para podermos enfrentar um bom adversário, mas também nos indica que, internamente, os jogadores estão a lutar, estão a crescer e estão a colocar boas dores de cabeça. Quando não temos dúvidas, normalmente não é muito bom sinal. É sinal de que a distância de uns para os outros está acentuada. Neste momento, não está. Pelo contrário, estão a competir, o que me dá margem para, estrategicamente, poder mexer nas coisas que achar que devo fazê-lo.”

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Admite mudanças na baliza: “É uma dúvida boa, porque o Nico (Mantl) fez uma excelente exibição em Portimão. O João (Valido) tem vindo a fazer muito boas exibições, apesar de termos sofrido bastantes golos, muito mais que aquilo que nos é habitual. Mas era um problema e foram coisas que foram acontecendo coletivamente, não individualmente. Portanto, nós olhamos sempre para a parte de sofrer golos, ou seja, para a organização defensiva ou para a transição defensiva, como momentos que são coletivos, que não são tanto individuais. Neste momento, foram dois dos guarda-redes, dois dos jogadores que, no caso, estão na baliza, que me colocaram boas dúvidas. É uma luta muito acesa, muito boa. E tenho também que incluir o Jankub, que ainda não teve a oportunidade de se estrear. Mas pela forma como treina também está a competir, apesar de ter só 19, 20 aninhos. Está a ficar num ponto caramelo também para poder entrar na luta dos três. O que me deixa satisfeito.”

Por Nuno Barbosa
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