A Polícia de Segurança Pública (PSP) esclareceu esta segunda-feira não ter sido solicitada a dar parecer quanto ao jogo entre Benfica e Marselha, esta quinta-feira, a contar para a primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa (20 horas). Em comunicado enviado a Record, aquela autoridade sublinha que vai estar atenta à presença dos adeptos marselheses em Lisboa.
A polícia da região de Bouches-du-Rhône decretou, a semana passada, a proibição de adeptos dos encarnados em Marselha, por ocasião da segunda mão. Contudo, num comunicado conjunto, os dois clubes fizeram saber que pretendem ter adeptos fora.
Sem comentar a declaração dos clubes, a Polícia asseverou: "Relativamente a situações relacionadas com jogos internacionais de futebol, a PSP emite parecer quando solicitado pela autoridade administrativa (Autoridade para a Prevenção e Combate da Violência no Desporto) ou pela Federação Portuguesa de Futebol, algo que até ao momento não aconteceu." No caso da FPF, só no caso de jogos e competições com organização federativa.
A PSP está preparada para receber os apoiantes do clube francês. "Não obstante do acima referido, a PSP, em território tacional, designadamente em Lisboa, efetuará o policiamento necessário e adequado, de forma a reduzir, mitigar e evitar qualquer cenário que possa perigar a ordem e tranquilidade públicas", pode ler-se na nota enviada ao nosso jornal.
Na última deslocação do Marselha a Lisboa, em dezembro de 2022, para defrontar o Sporting, para a Liga dos Campeões, foram registados incidentes. Desde logo, no IC2, junto ao rio Trancão, numa operação policial para controlar os adeptos do clube do sul de França. Como foi relatado na altura, foram feitas ameaças a agentes e furados pneus de carros da polícia.
Além disso, 56 apoiantes do Marselha considerados perigosos chegaram a Portugal num autocarro sem seguro e sem bilhetes para o jogo. Foram encontradas facas, petardos e droga. Desse grupo, 11 foram detidos e presentes a tribunal por ameaça e coação à polícia, posse ilegal de droga e artefactos pirotécnicos.
Relativamente ao jogo de 18 de abril, as autoridades francesas proibiram a presença de adeptos do Benfica, alegando que identificaram entre 200 a 300 adeptos perigosos. O governo francês elevou o alerta de terrorismo do país ao nível máximo, depois do atentado em Moscovo, daí que a polícia não queira correr riscos. Isto porque os adeptos encarnados costumam viajar em pequenos grupos e por diversos meios, o que dificulta a vigilância, sem esquecer as ligações dos 'No Name Boys' à claque do Hajduk Split.
Contactada por Record para esclarecer se a proibição se mantém depois do comunicado dos dois clubes, a polícia de Bouches-du-Rhône não respondeu até ao momento da publicação deste artigo.
Por Nuno Martins