O Benfica terminou ontem o campeonato como começou: a perder fora, pelos mesmos números (1-2). Em contraponto, para a história ficam os 31 jogadores campeões, um novo máximo na história dos encarnados. Pela primeira vez foi ultrapassada a barreira das três dezenas de futebolistas com direito a faixas. A temporada de 194/65 foi a que esteve mais perto disso – o romeno Elek Schwartz lançou 29 elementos na prova de regularidade.
Com o título no bolso e o pensamento nas finais da próxima da Liga Europa e Taça de Portugal, Jorge Jesus recorreu a jovens da equipa B para compor a convocatória e o onze. Aos 27 jogadores que já tinham inscrito o nome no 33.º título dos encarnados, ontem juntaram-se Steven Vitória (o único do plantel principal que ainda não tinha sido utilizado), João Cancelo, Lindelöf e Bernardo Silva. A lista só não foi maior porque as substituições não o permitiram. Bruno Varela, Ruben Pinto, Hélder Costa e Rui Fonte ficaram no banco, não utilizados.
Este número de jogadores campeões está associado aos compromissos do Benfica esta temporada e mostra os cuidados que Jesus tem tido na utilização dos jogadores. Definidas as contas do título, o técnico nascido na Amadora aponta baterias para as outras três competições.
Situação semelhante aconteceu com o FC Porto, de José Mourinho, que em 2003/04 juntou a vitória no campeonato ao título de campeão europeu e ainda disputou a final da Taça de Portugal, perdida para o Benfica de José Antonio Camacho. Nessa época, 32 jogadores fizeram parte do percurso vitorioso dos dragões no campeonato.
No plano oposto estão épocas na década de 30 do século passado, em que as solicitações eram poucas. Como se vê no quadro ao lado, 15 ou 16 jogadores eram suficientes para se garantir a vitória no campeonato. Não deixa de ser curioso ver que o sueco Sven-Goran Eriksson apenas tenha recorrido a 19 jogadores para dar o 26.º título de campeão ao clube da Luz.
Fortaleza azul e branca
No adeus à Liga 2013/14, Jesus fixou novo máximo de jogadores campeões, viu a equipa manter a veia goleadora (64 jogos seguidos a marcar na Liga) e atingir os 100 remates certeiros esta temporada, em todas as provas. Mas continua com uma espinha atravessada: ainda não foi ontem que ganhou no reduto do FC Porto para o campeonato. Os dragões são a única equipa que o amadorense não venceu como visitante, enquanto técnico dos encarnados, somando quatro derrotas e um empate.