Rui Costa abordou a escassez de jogadores que o Benfica teve no seu plantel para as laterais, posição que muitas vezes acabou por ser 'remendada' por jogadores como Fredrik Aursnes. O presidente benfiquista falou da saída de Grimaldo, a chegada de Bernat, um jogador "com mais cartel do que aquele com que Grimaldo saiu" e as lesões que acabaram por afetar o rendimento do ex-jogador de Bayern Munique e PSG.
Houve conversas com Roger Schmdit sobre os momentos conturbados? Exibições mudaram, que garantias lhe dá Roger Schmidt?
"Conheço o trabalho dele e que ele fez há um ano. Como disse, esta equipa não teve o equilíbrio que teve no ano do título e uma das diferenças grandes, basta olhar até para os jogos de preparação de há dois anos, em que momento da época ele utilizou mais ou menos os mesmos jogadores, nas mesmas posições, criando rotinas, modelo de jogo, que foi até empolgante pelo menos por dois terços da época. Isso nasce de trabalho, da qualidade, mas que este ano não conseguimos durante muito tempo manter uma bitola que fosse a que esperávamos. Há pouco falava dos laterais e quando falo dos laterais, perguntam por que não nos reforçámos mais nas laterais. Partimos para a época com dois laterais esquerdos, um lateral-direito - não inventamos nada - e partimos com um plantel com um joker, o Fredrik. A posição dele é de joker, joga bem em qualquer posição. Tivemos um problema de adaptação imediata de Jurásek, não vou esconder absolutamente nada, percebemos que estava a demorar a adaptar-se à responsabilidade de jogar no Benfica mas não deixámos de ir buscar um jogador que vinha completamente credenciado, como é Bernat. Em relação a Bernat, chegou ao Benfica, sim, com um problema em fase final de recuperação, uma recuperação que foi extremamente avaliada, chegou com uma lesão muscular que não impediria nunca a sua continuidade. E o facto é que nunca tivemos Bernat. Chega com 5 anos de Bayern Munique, PSG... e posso até dizer que chega com mais cartel do que aquele com que Grimaldo sai do Benfica. O facto de Grimaldo não ir à seleção espanhola tinha também a ver com o Bernat, que lá estava. Não quer dizer que seja melhor ou pior, mas Bernat chega com mais cartel do que aquele com que Grimaldo saiu. O que acontece é que não tendo Bernat quase no ano inteiro, fustigado com lesões raras na carreira dele, entre elas uma lesão grave, e ficamos sem lateral-esquerdo. Porque Jurásek não teve o rendimento que esperávamos, não tínhamos Bernat e se calhar por destino, ou infelicidade nossa, o Bah este ano fez praticamente meio campeonato."
E continuou: "Estivemos praticamente grande parte da época sem os laterais de raiz, quer de um lado quer do outro, onde Roger Schmidt teve de acabar por improvisar. É um erro crasso, assumido. Todas estas circunstâncias impediram que as rotinas que tivemos no primeiro ano de Schmidt, bem vincadas, acabassem por ser inseridas, introduzidas, porque foi quase mexer na equipa constantemente para dar um equilíbrio face ao que foi acontecendo ao longo do ano e face às nossas falhas. Seria mais fácil para mim dizer: tive lesões daqui, lesões dali, o que podia fazer? Se calhar devíamos ter feito mais e não conseguimos. Aqui tivemos muitos problemas e obrigámos o nosso treinador a ter de improvisar muitas vezes para equilibrar a equipa e até ser contestado por isso muitas vezes sem ter responsabilidade de ser médico, jogador e tudo e mais alguma coisa. Nesse sentido considero que não posso considerar Roger Schmidt bode expiatório num ano em que variadíssimas coisas não nos ajudaram a ser melhor do que no ano anterior, inclusive campeões."