Andreas Schjelderup agitou o mundo do futebol quando, no último sábado (dia 8), divulgou um longo comunicado nas redes sociais a informar que estava prestes a ser condenado pela justiça dinamarquesa na sequência de uma investigação sobre partilha de conteúdos sexuais de menores na Internet.

O escândalo a envolver o extremo do Benfica e internacional norueguês terá ocorrido há dois anos, quando o jovem craque jogava no Nordsjaelland, e chegou esta quarta-feira à imprensa norte-americana através do conceituado 'The New York Times'.

O jornal, que detalhou todos os pormenores do caso a envolver Andreas Schjelderup, destacou o artigo sobre o futebolista na secção de desporto, que normalmente cobre eventos e modalidades mais relacionadas com o público norte-americano, deixando o futebol europeu para outros planos.

Através das 'stories' no seu perfil na rede social Instagram, Andreas Schjelderup mostrou-se profundamente arrependido pelo ato irrefletido que teve no momento em que recebeu os conteúdos sexuais a envolver menores, alertando todos os seus seguidores que o seu comportamento foi incorreto e não deve, em caso algum, ser replicado ou repetido.

"Não tenho desculpas. O que fiz na Dinamarca naquela época foi ilegal e errado. Assumo total responsabilidade por isso e espero que o meu erro possa impedir que outros cometam o mesmo erro depois de ouvirem ou lerem minha história. Espero que pensem duas vezes na próxima vez que receberem algo que não deva ser partilhado. Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpa a todos os afetados pelo vídeo. Em seguida, aos meus amigos, à minha família, aos meus empregadores [o Benfica], ao meu país e a todos os fãs que desapontei. Neste momento, gostaria de poder voltar atrás no tempo e corrigir o meu erro. Nunca fiz nada ilegal antes nem tive problemas com a polícia. Estou em estado de choque há muito tempo enquanto tudo isto acontece. Mas aqui estamos. Cometi um erro e estou pronto para enfrentar as consequências", escreveu, entre outras frases, o futebolista.

Entretanto, o próprio selecionador norueguês já reagiu ao caso, sublinhando a "atitude extremamente estúpida" que o jovem extremo teve na altura. Ainda assim, Stale Solbakken preferiu não prejudicar ainda mais o jogador, mantendo-o no grupo da seleção, que se prepara para defrontar a Estónia (quinta-feira, às 17h00) e a Itália (domingo, às 19h45) na dupla jornada que pode confirmar o apuramento da Noruega para o Campeonato do Mundo de 2026.

"É uma decisão entre mim, a Associação da Noruega e o Andreas. Ele tem o apoio dos jogadores, treinadores e dirigentes. Tenho a absoluta certeza de que ele não fará isso novamente. Receberá a sua punição na Dinamarca. E é merecida. Por que deveria puni-lo ainda mais? Não é correto. Mesmo que aquilo que ele fez tenha sido bastante grave, estou muito confiante de que mantê-lo é a decisão certa", justificou o técnico, na segunda-feira, aos jornalistas.

Depois dos selecionador, foi a vez dos companheiros de seleção Sander Berge e Patrick Berg saírem em defesa de Andreas Schjelderup. "Pediu desculpas a toda a equipa e concordámos em esquecer o assunto", começou por dizer o médio do Fulham, ao passo que o criativo do Bodo/Glimt atirou: "Falo com ele praticamente todos os dias. É uma situação triste e desagradável para todos os envolvidos. Fez o correto ao confessar e ao reconhecer o seu grave erro. Vamos deixar que as coisas sigam o seu curso e temos de nos concentrar nos jogos. O Andreas lidou com a situação de uma forma muito positiva perante todos nós, fazemos parte do grupo."

Benfica também já se pronunciou sobre o caso

Através do seu presidente, Rui Costa, no discurso de tomada de posse após vencer as eleições do clube, o Benfica já se pronunciou sobre o caso, mostrando-se ao lado do jogador. 

"Claro que vamos estar ao lado de Schjelderup. O próprio jogador já assumiu a responsabilidade, conhecemos muito bem o Schjelderup. Fez uma coisa que não devia ter feito, como ele próprio admitiu, não fez por maldade, mas fê-lo. Cá estaremos para apoiá-lo porque sabemos o miúdo que temos ali", sublinhou o líder.