Rui Costa, o atual presidente, de 53 anos, tem um longo percurso ligado ao Benfica, primeiro como jogador e depois como dirigente. Com apenas nove anos, depois de se ver que tinha jeito para a bola no Damaiense, tentou a sorte no clube do coração. E de lá não saiu, até 1994, quando foi transferido para a Fiorentina. Regressou à Luz, mais tarde, já com 34 anos, para acabar a carreira e depois entrou na estrutura.
Foi diretor-desportivo, vice-presidente e acabou por render Luís Filipe Vieira, quando este foi detido. Em 2021 foi a eleições e esmagou Francisco Benitez, mas nestes últimos quatro anos limitou-se a conquistar um título de campeão nacional, uma Supertaça e uma Allianz Cup. Um currículo como presidente que ficou aquém das expectativas, mas vai novamente à luta para procurar a reeleição.
As listas terão de ser entregues, no máximo, até dia 10. Neste momento, ainda não é conhecido qualquer nome que Rui Costa levará para o próximo quadriénio, caso seja eleito - ao contrário das restantes listas, que já revelaram vários dos elementos que as constituirão. Ainda assim, numa entrevista a Record, o atual presidente garantiu que fará mudanças.
"Continuarei a fazer mudanças que entendo já estarem em condições de serem feitas. O processo não era para ser feito de um dia para o outro. Irão saber em breve. Terei o máximo respeito pelas pessoas que estão na casa. José Pereira da Costa [presidente da MAG] na direção? Vamos ver quem vamos ver. Fernando Tavares? É outra situação que divulgo mais à frente", disse.
Formalmente, Rui Costa não apresentou ainda propostas para o período (2025-2029) a que se recandidata, sob o mote "só o Benfica importa". Na condição de atual presidente, a obra feita e o desejo de continuar o que de bom foi feito, assim como de melhorar os pontos menos felizes, foi algo que o próprio já várias vezes vincou. Numa entrevista a Record, Rui Costa falou dos pontos positivos - "o Benfica está muito melhor e há muitos dados que provam isso" - que fez no seu mandato e que servem de base para o que vem aí, como a "remodelação que foi feita no futebol profissional e a estratégia desportiva que foi utilizada".
"Quando entrámos agarrei num clube com mais de 60 jogadores sob contrato, um plantel principal com 13 jogadores acima dos 30 anos e com bastante influência no onze. Isto não é sobre a qualidade dos jogadores em si, mas sobre o quanto podem render economicamente ao clube no futuro. E o Benfica até tinha uma situação financeira estável, mas não tinha ativos para preparar o futuro. Esta situação obrigou a medidas drásticas para remodelar tudo e agora acabo o mandato com um plantel de 29 jogadores, sendo que três [Bah, Bruma e Manu] estão lesionados com longas paragens. Acabo o mandato com um plantel que tem 11 jogadores da formação e apenas seis acima dos 25 anos. São dois apenas acima dos 30 anos, o Bruma e o Otamendi. Temos uma panóplia de ativos desportivos mais válidos do que os que apanhei e sobretudo com a situação patrimonial do plantel em si muito mais equilibrada, muito mais pronta para defender os interesses do clube. Fizemos apostas fortes, mas o Benfica está muito mais salvaguardado do que estava", disse ao nosso jornal. A ausência de casos judiciais com origem no seu mandato é outro dos pontos em que tem insistido.
O Benfica District surge, assim, como a única proposta efetiva. Trata-se de um projeto que pretende revolucionar toda a zona adjacente ao Estádio da Luz, criando zonas comerciais e outras áreas desportivas, tudo com um custo estimado de 220 milhões de euros.
Nas modalidades, a aposta é para continuar: "ganhámos o dobro neste mandato em relação ao anterior. Mas se me chega? Não chega. Queremos sempre mais. Neste mandato tivemos 78 troféus contra 39 do mandato anterior e não se pode dizer que ganhámos pouco. Temos de ganhar mais, consolidar o que foi feito neste mandato.
Rui Costa manifestou também a intenção de chegar aos 500 mil sócios.
Leia algumas das frases fortes de campanha proferidas por Rui Costa até ao momento.
O trajeto de Rui Costa fala por si: é um dos melhores futebolistas da história de Portugal, com um palmarés recheado:
Fora dos relvados, desempenhou o cargo de diretor desportivo do Benfica entre 2008 e 2011, foi administrador da SAD entre 2011 e 2021 e assumiu a presidência, de forma interina, a 9 de junho de 2021, quando Luís Filipe Vieira foi detido. A 9 de outubro desse ano, ganhou as eleições a Francisco Benitez, com 84,4% dos votos, superando Francisco Benitez.