"A 29 de agosto de 2020 iniciámos um projeto. Nessa altura recordo-me que no meio de uma conversa com o presidente, disse-lhe que íamos iniciar um processo de subida à Liga."
            RECORD - Como descreve o projeto?
TIAGO LOPES – A palavra que me ocorre é humildade. E também a capacidade de conjugar essa humildade com ambição. O projeto tem três princípios fundamentais – competência, confiança e entusiasmo. Significa que procurámos o talento desde o início e contar com profissionais muito competentes. Ao longo do processo criámos relações de confiança muito fiáveis e no meio de todo este ciclo procuramos divertir-nos bastante.
+ Como vê o crescimento tão repentino do Casa Pia?
TL – É uma sensação de equilíbrio. A 29 de agosto de 2020 iniciámos um projeto. Nessa altura recordo-me que no meio de uma conversa com o presidente, disse-lhe que íamos iniciar um processo de subida à Liga. Tínhamos 3 jogadores, um funcionário e tínhamos acabado a época em último, com descida para a Liga 3. A reação dele foi simples – ‘Estes tipos são doidos’. Então disse-lhe ‘Só vai ouvir isto da minha boca uma vez’. Desde então passaram-se longos meses e dias de trabalho. Só posso deixar um muito obrigado a todos aqueles que têm construído este projeto.
+ O que vem o Casa Pia trazer de novo à 1.ª Liga?
TL – Queremos participar de forma equilibrada, inovadora e empreendedora, concertada com todos os nossos adversários, que na realidade são nossos parceiros. A estabilidade é o que queremos assegurar neste momento.
+ Como carateriza as pessoas que trabalham no clube?
TL – Estou orgulhoso da cultura organizacional que se construiu e que transpira em todos nós, sejam atletas, treinadores, direção e staff. São companheiros, amigos, a minha segunda família. É uma gratidão imensa trabalhar com profissionais apaixonados. Entre nós não existem limites, filtros ou hierarquias.
+ Têm recebido bem os adeptos adversários e até agradeceram ao Santa Clara a receção. Uma mentalidade diferente?
TL – Não foi só com o Santa Clara. Tem sido e continuará a ser com todos. Se perguntar ao Boavista, Famalicão, Arouca e Vizela, espero que tenham sentido uma forma responsável de atuar.
+ Há 4 anos, o Casa Pia jogava no Campeonato de Portugal, agora está num lugar de acesso à Liga Europa. O que foi feito?
TL – O presente é um hiato. É apenas um momento. É um testemunho do trabalho abnegado de todos aqueles que continuam a prestigiar a história deste clube centenário. Mas o fracasso também tem sido essencial. Deu-nos uma segurança interna, ensinou-nos coisas sobre nós que não poderíamos ter aprendido de nenhuma outra forma.
+ O clube faz parte dum grupo de clubes, liderado por Robert Platek, que têm investimento americano. Como tem sido?
TL – Excelente. Primeiro pela relação de amizade que nos une, depois porque temos conceitos muito semelhantes ao nível da capacidade de trabalho, empreendedorismo e visão estratégica. A minha responsabilidade é abrangente em todo o grupo. Isso permite-me ter uma atuação sintonizada e de responsabilidade sobre todas as nossas participações desportivas e financeiras.
+ Portugal já viu casos de investimento estrangeiro que acabaram mal...
TL – O Casa Pia em 2020 tinha outros parceiros interessados e tomou a decisão de se unir ao Robert. Estamos a falar numa pessoa de uma integridade, reputação e experiência ímpar gerindo um grupo económico muito forte. Quando colocamos a chave na porta do Casa Pia não prometemos nada mais do que um trabalho sério, profissional e honesto. Poderíamos ter colocado só dinheiro, mas isso por si só não resolveria nada. Trabalho e competência continuarão a fazer a diferença. Teremos os nossos desacordos? Claro que sim, faz parte, mas não abanamos as nossas fundações. A nossa relação com o clube tem sido de grande sintonia e partilhamos da mesma prudência nas decisões estratégicas que na verdade se interligam. Não prometemos o que não podemos entregar. Mas se prometemos, cumprimos. Isto gera confiança, transparência e credibilidade. O nosso compromisso é de longa duração. Queremos que o que estamos a construir fique como um legado na história desta grande instituição.
R - O que nos pode dizer neste momento em relação ao projeto do estádio?
TL – É importante que as instituições sejam justas com o Casa Pia tal como foram com outros clubes, tanto em matérias regulamentares, políticas ou financeiras. No momento económico que atravessamos é necessário que tenhamos uma maior abertura para que este tipo de projeto seja realizado de forma faseada sem comprometer o futuro de uma instituição secular. Nós enquanto parceiro estamos a aguardar que o clube ultrapasse as diligências do licenciamento. Muito em breve saberemos em que medida o nosso contributo é desejado e estaremos preparados para aportar todo o nosso conhecimento, experiência e capacidade económica na concretização do projeto.
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