André Villas-Boas já referiu por diversas vezes que o FC Porto tem a obrigação de ser sempre campeão nacional, pelo que o contexto da última década deixa-o bastante desagradado.
"Três títulos em 10 anos não é a nossa cultura, estamos a perder essa capacidade competitiva. Aí podem contar comigo em absoluto, sei precisamente o que é ser Porto e sei a pressão que vão colocar sobre a direção relativamente ao futuro. Não vou para o FC Porto para perder, era o que mais faltava senão cumprisse esse requisito", revelou o candidato à presidência dos dragões, em resposta a um adepto em Felgueiras.
De resto, Villas-Boas abordou a temática dos treinos abertos do dia 1 janeiro que foram abulidos nos últimos anos, lembrando que, por vezes, esse desejo entra em conflito com os interesses desportivos da equipa.
"Sobre o 1 de janeiro é muito provável que o desportivo influencie muito nessa decisão e aí vamos tocar um pouco no Rayo Vallecano. Já fui treinador, já me foi dada a possibilidade de escolher de fazer pré-épocas desportivas e já não tive nada a dizer quando tive que fazer pré-épocas comerciais, no Tottenham, no Chelsea, estive na Ásia, na América, há jogos de três em três dias, com um calor insuportável. Agora, vai-se buscar 4/5/6 milhões de euros, porque depois os jogadores querem receber os seus prémios, querem receber o seu salário e isso também conta. Quando essa opção é dada ao treinador, encantando da vida... Suíça, Alemanha, uma pré-época em crescendo em termos de qualidade do adversário, tudo de uma forma progressiva, portanto, é muito provável que algumas decisões como essa tenham a ver com o desportivo, a última decisão caberá ao treinador. Se decidiu assim, decidiu porque afetaria a parte desportiva, pode não ter sido só isso, pode ter muito a ver com o facto de agora jogarmos mais cedo em janeiro, logo ao dia 2 ou dia 3 e não ser permitido que esse treino entre em cena, por questões de privacidade e proteção do ambiente da equipa principal relativamente a próximo jogo", lembrou Villas-Boas, explicando depois a lógica na escolha dos adversários para os jogos particulares.
"O jogo com a Sampdoria foi decidido pelo lado emocional dos anos 90, que na altura com Bobby Robson jogou frente à Sampdoria. Jogámos frente ao Ajax, Sampdoria… Peñarol é um adversário histórico, acho que foi esse o conceito, o Lyon é um bom adversário. O meu filho tem 8 anos e não faz a mínima ideia de quem é o Falcão e para mim o Falcão foi o melhor ponta-de-lança que treinei, dá-me vontade de abraçá-lo. Era golo de pé direito, pé esquerdo, de cabeça, era um profissional inexcedível e traz-me muito boas memórias. A gente costumava gozar com o Alvaro Pereira, perguntava ‘são os teus cruzamentos que são tão bons ou é o Falcão que vai ao encontro deles?’, questionou o candidato presidencial, referindo-se à relativa polémica causada pelo facto de Villas-Boas ter feito um reparo à escolha do Rayo Vallecano para adversário do FC Porto no jogo de apresentação desta época.
Por Record